Mosteiro de Alcobaça bate recorde de receitas e factura um milhão de euros

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Gazeta das Caldas
Estima-se que o Mosteiro vai registar 250 mil visitas no ano de 2017, num aumento superior a 15%

Em 2017 o Mosteiro de Alcobaça ultrapassará o seu número máximo de visitantes, estando previsto que 250 mil pessoas ocorram a este monumento, num aumento superior a 15% face a 2016. A sua receita, que tem vindo a subir e que este ano se estima que ronde o milhão de euros, representa 5% das receitas totais da Direcção-Geral do Património Cultural. Em meados do próximo ano, este é um dos sete monumentos que passará a ter máquinas de venda de bilhetes automáticas. Tal foi revelado no segundo encontro internacional das abadias cistercienses, que decorreu nos dias 17 e 18 de Novembro no Mosteiro de Alcobaça.

A receita cobrada no Mosteiro de Alcobaça subiu 9,2% de 2015 para 2016, atingindo os 965 mil euros. Este ano a estimativa é que se atinja o melhor resultado de sempre, ultrapassando a fasquia dos 250 mil visitantes pagantes (sem contar, portanto, com a Igreja, que é de acesso livre) e o milhão de euros cobrados.
Nos últimos dois anos este foi o sexto monumento que mais contribuiu para o orçamento da direcção geral, a seguir ao Mosteiro dos Jerónimos, Torre de Belém, Convento de Cristo, Mosteiro da Batalha e Museu Nacional de Arqueologia.
Mas há um dado muito mais interessante sobre o Mosteiro de Alcobaça. É que este é economicamente auto-suficiente, gerando lucros ano após ano. E isso faz dele uma das cinco jóias da coroa da DGPC. Por outro lado, Alcobaça pertence ao núcleo dos cinco monumentos classificados como Património da Humanidade, que representam uma média de 55% do bolo total cobrado nos 23 monumentos.
Outro dado curioso é que em 2015 Alcobaça era o terceiro da lista no índice de produtividade por trabalhador, que é obtido através da divisão da receita pelo número de trabalhadores. Na relação entre a produtividade e o custo por trabalhador (despesa dividida pelo número de trabalhadores), Alcobaça registava um superavit de 21 mil euros.
Em 2016 a produtividade por trabalhador desceu em Alcobaça e ficou abaixo da do Convento de Cristo, em Tomar. Ainda assim, os custos por trabalhador desceram mais ainda, permitindo o aumento da diferença entre proveitos e custos por trabalhador para 23 mil euros.
Actualmente trabalham naquele monumento 27 pessoas: uma directora, quatro técnicos superiores, 13 assistentes técnicos e quatro assistentes operacionais, além de cinco funcionários ao abrigo de Contratos de Emprego e Inserção (CEI).
Desta forma, manter-se-á em 2017 a contribuição do monumento que foi inscrito como Património da Humanidade em 1989 para o bolo cobrado pela DGPC: 5%, agora de um total de 20 milhões de euros. Esse montante de receita própria da DGPC permite ultrapassar a dotação financeira estatal, que se cifra entre os 16 e os 18 milhões de euros.

MÁQUINAS AUTOMÁTICAS DE VENDA DE BILHETES

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O Mosteiro de Alcobaça é um dos sete monumentos a nível nacional que vão receber, em meados de 2018, máquinas de venda automática de bilhetes. Serão adquiridas 15 máquinas para distribuir pelos cinco monumentos património da humanidade e museus nacionais dos Coches e da Biologia.
Esta é uma decisão que tem em conta três factores: o facto de 90% das receitas totais serem provenientes da venda de bilhetes, os recursos humanos serem o maior custo do orçamento (dois terços do total) e as dificuldades em recrutar e manter pessoas em funções de vigilância (um trabalho rotineiro e pouco estimulante, que obriga a trabalhar aos fins-de-semana).
As máquinas de venda automática de bilhetes integram uma candidatura a fundos comunitários do Centro2020, que prevê a requalificação da portaria conventual e da loja e que tem um valor previsto de 572 mil euros. Além disso, até 2020 está também previsto um investimento de 875 mil euros na conservação e restauro da fachada poente e fachada norte rebocada.
Com a entrada em funcionamento das máquinas 80% das entradas deixará de passar pela mão humana, permitindo reafectar assistentes técnicos a funções de vigilância.
Filipe Silva, subdirector-geral da DGPC, que falou sobre os recursos humanos e económicos do Mosteiro no segundo encontro internacional das abadias cistercienses, reconhece que a carreira de vigilante não é atractiva.
Sobre os recursos humanos há outro problema na DGPC que tem vindo a ser combatido: o recurso aos Contratos de Emprego e Inserção (CEI) que chegaram a ser mais de uma centena. Actualmente o número ronda as três dezenas.

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