Faleceu no passado dia 28 de Agosto, Luís Paneiro Pinto, dono da “fábrica do sabão” das Caldas da Rainha. O empresário tinha 78 anos e morreu subitamente. O funeral realizou-se em Lisboa no dia 31 de Agosto.
Luís Paneiro Pinto era o proprietário da Sagilda, mais conhecida por “fábrica do sabão” nas Águas Santas, junto à rotunda da A8 na entrada das Caldas.
A fábrica foi construída pelo seu pai António Pinto, com um sócio espanhol, José Amat, em 1955 numa altura em que era usual haver fábricas de sabão um pouco por todo o país. Viveu um período de grande expansão até aos anos 70, mas a descolonização (a empresa exportava para a chamada “África Portuguesa”), a entrada na Comunidade Europeia e a concorrência internacional trouxe grandes transformações ao sector e muitas fábricas fecharam. Por outro lado, os hábitos de consumo alteraram-se e os portugueses substituiram o sabão pelo sabonete e detergentes líquidos e cremosos.
É neste contexto que em 1995, Luís Pinto compra as quotas de toda a família (os dois sócios fundadores já tinham morrido) e torna-se o único proprietário da empresa.
Contra todas as expectativas, a Sagilda sobrevive ao ocaso deste sector e vive um novo período de expansão, mas graças a um nicho de mercado, que são os sabonetes em glicerina.
Há duas semanas Gazeta das Caldas publicou um artigo sobre as mais recentes inovações deste empresário – sabonetes de grande pureza que protegiam contra bactérias e fungos. Luís Pinto era engenheiro químico e uma das suas apostas eram os sabonetes de glicerina transparentes, cuja fórmula desenvolveu.
Sem descendentes directos, fica agora em aberto o futuro de uma das mais antigas unidades industriais caldenses.































