
É uma das três marcas da empresa beneditense José dos Reis Fialho & Filhos. As malas, carteiras e calçado de cortiça são um produto reconhecido globalmente pela excelência dos materiais e do fabrico português, mas também pela sustentabilidade ambiental
A José dos Reis Fialho & Filhos, Lda (JRF) está no mercado das malas e outros acessórios de moda com três marcas distintas, Miss Mimi, Erium e Montado, mas é esta última que lhe permitiu descolar e conquistar a internacionalização.
Foi há cerca de 10 anos que a empresa criou a Montado. “Já havia produtos gamas de produtos de cortiça no mercado, mas fizemos muito bem feito”, conta Gil Fialho, gerente da empresa.
A qualidade dos materiais utilizados é uma das principais características da marca. “Temos cortiças exclusivas, que só nós trabalhamos no mundo”, realça. A empresa da Benedita aposta ainda forte nos acabamentos, na modelagem e no design dos produtos. “As nossas malas, carteiras, calçado e restantes produtos devem transmitir alegria, é importante que as pessoas se sintam felizes”, observa.
Além destes aspectos, há mais dois que fazem da Montado uma marca com potencial de crescimento. Ao utilizar através de produtos naturais, com linhas inteiras que cumprem os requisitos Vegan (sem produtos artificiais nem de origem animal), a marca entra na crescente onda da sustentabilidade e merece, inclusivamente, a distinção PETA (Pessoas pelo Ético Tratamento dos Animais) Vegan. “Somos das poucas marcas neste ramo com esta distinção”, sublinha Gil Fialho.
O que também está na moda, sobretudo no indústria da… moda, é o Made in Portugal. A JRF não produz, adquire as matérias-primas e projecta os seus produtos, que são produzidos por empresas terceiras. No caso da Montado, todo o processos se desenrola em Portugal.
“Vamos buscar o que de melhor se faz em Portugal e temos uma percentagem muito grande de fábricas que trabalham em exclusivo para nós”. O Made in Portugal é algo que Gil Fialho acredita que o país tem que saber explorar melhor, principalmente nesta fase de dificuldade da economia. “Somos muito bons e agora temos que marcar ainda mais essa diferença”, considera.
SEMPRE A CRESCER ATÉ MARÇO
A JRF é uma empresa com mais de quatro décadas de experiência no fabrico de acessórios de moda. A empresa começou quando os pais de Gil e Susana Fialho, actuais sócios-gerentes, regressaram a Portugal vindos do Ultramar. Começaram a trabalhar por conta de outrem, mas acabaram por avançar com o seu próprio negócio. Este evoluiu até 1999, quando alargaram a empresa aos dois filhos.
Nessa altura a empresa teve uma evolução, com a criação das suas três marcas com características distintas.
A Erium tem uma gama baseada em produtos sintéticos, mais direccionada para uma franja mais jovem.
A Miss Mimi apresenta artigos em pele, associados a uma boneca característica, que é muito conceituada. E a Montado.
A empresa tem estado em crescimento contínuo, nos últimos anos a um ritmo médio a rondar os 5% ao ano.
“Fomos evoluindo a nossa oferta consoante as necessidades que víamos no mercado”, refere Gil Fialho. A empresa é PME Líder desde de 2013 e entre 2015 e 2017 recebeu o galardão de PME Excelência.
Parte do bom desempenho da empresa passa pela aposta na internacionalização. As exportações garante uma fatia importante das vendas. Os produtos projectados na Benedita seguem para quase todos os países da Europa, com forte implementação em Espanha, e contém no continente americano.
A empresa emprega 10 pessoas, número que tem sido estável.
Agora o negócio sofreu, como toda a economia, um forte travão com a pandemia de covid-19.
“Estávamos a começar a lançar os nossos catálogos, tínhamos as operações de marketing planeadas, mas foi tudo completamente abafado com o que aconteceu”, refere Gil Fialho.
A empresa nunca parou, mas entrou em lay-off parcial. A produção manteve-se, inclusivamente, com fabrico de máscaras de tecido laváveis e reutilizáveis, aprovadas pelo Citeve. Além disso, mantém todo o processo a postos para relançar quando o mercado assim o permita.
“Os próximos meses ninguém consegue dizer que vão ser bons, vai ser tudo novo e acredito que vai haver bastante dificuldade”, diz o empresário, que teme sobretudo um agravamento da crise com novos surtos de covid-19.






























