Ministro da Economia visitou Cooperativa Frutícola dos Agricultores do Cadaval

0
585
notícias das Caldas
Álvaro Santos Pereira diz que o sector da Pêra Rocha é um exemplo para quem se quer internacionalizar

O ministro da Economia, Álvaro Pereira, acha que o sector da pêra Rocha é “um exemplo para quem se quer internacionalizar e exportar mais”.
As declarações do governante foram feitas a 20 de Janeiro, durante uma visita à Coopval (Cooperativa Frutícola dos Agricultores do Cadaval), no âmbito de um périplo por empresas exportadoras do sector agro-alimentar.
“Há uns anos atrás, quando eu vivia na Inglaterra, só habitualmente se via dois produtos portugueses, o vinho do Porto e a pera rocha”, comentou o ministro.
Na apresentação que antecedeu a visita às instalações da organização de produtores, Pedro Silva, presidente da Coopval, afirmou que era a primeira vez que um ministro da Economia visitava o sector, o que, na sua opinião, poderá indiciar que “o governo olha para a nossa actividade e para este sector como um parceiro importante da economia do país”.

Pedro Silva sublinhou que, embora a exportação continue a ser o principal mercado desta fruta, a organização continua a ter problemas em entrar no mercado dos Estados Unidos, devido a alegadas barreiras alfandegárias.
“Apesar de serem também produtores, temos lá uma grande colónia de emigrantes onde seria fácil colocar a pêra, não fosse essa dificuldade”, comentou.
O presidente da Câmara do Cadaval, Aristides Sécio, reforçou também a necessidade de intervenção do governo no apoio à exportação para os Estados Unidos. “Portugal exporta peixe, vinho, faltando apenas que os produtos hortofrutícolas possam também ser reconhecidos, e isso é um processo que Espanha já tratou”, referiu.
Segundo Pedro Silva, Marrocos é um dos novos mercados para a exportação da pêra Rocha, por ter sido assolado por uma bactéria que dizimou a quase totalidade dos pomares de pereiras. No entanto, “a taxa alfandegária que eles pagam para importar a pêra portuguesa é muito maior do que a dos produtos que importam de Espanha”.
Para além disso, há que ter em conta a importância do Brasil, mas também do Canadá e da Rússia.
Dentro da europa comunitária, a Inglaterra é o mercado principal da cooperativa, sendo que a Irlanda,é um mercado onde o consumo per capita é maior.
No final da visita, o ministro reconheceu que “o futuro do país passa pela exportação e pelo sector exportador”, lembrando que “o sector agro-alimentar é um dos que tem crescido mais nos últimos anos, sobretudo ao nível das exportações, havendo ainda um potencial muito grande e margem para crescer ainda mais”.
Sobre a cooperativa que visitou, Álvaro Pereira disse tratar-se de “uma unidade muito moderna, muitíssimo virada para a exportação” e que o impressionou “o grau de organização e de inovação ao nível de câmaras frigoríficas”.
O ministro mostrou-se disponível para apoiar na resolução dos constrangimentos que o sector encontra, principalmente ao nível da exportação.

Coopval fundada em 1969

- publicidade -

A Coopval foi fundada em 1969 por 15 produtores, que produziam, na altura, mais maçãs do que pêras. “Hoje somos 357 produtores (já fomos mais) e estamos a produzir 23 mil toneladas de peras e 1 700 toneladas de maçãs”, explicou o presidente da entidade.
A organização conta com 31 funcionários efectivos, possuindo cerca de 150 a 180 colaboradores eventuais, que laboram desde Agosto até Abril a Junho. Aristides Sécio sublinhou, ao ministro, a importância do trabalho sazonal em termos da empregabilidade concelhia.
O apoio técnico ao associado é uma das primeiras funções, a par da embalagem e da vertente comercial.
Os 357 produtores associados da Coopval produzem um total de 810 hectares em 2100 parcelas, o que “tem um custo acrescido de produção porque o ideal era que cada um só tivesse uma parcela, ou maior ou mais pequena, mas que fosse só uma, mas infelizmente esta é uma zona muito repartida”, disse Pedro Silva.
Tendo quadruplicado a produção nos últimos 12 anos, a central fruteira sentiu necessidade de construir câmaras frigoríficas “a maior parte de atmosfera controlada, que é a tecnologia que mais se usa hoje para podermos prolongar a fruta o mais tempo possível em boas condições”.
Com uma capacidade frigorífica de 21 mil toneladas, a fruteira teve, ainda assim, de recorrer ao aluguer de 4500 toneladas de frio este ano.
A facturação desta cooperativa é de 13,5 milhões de euros por ano, dos quais 12 milhões são exportação.

- publicidade -