Volte atrás
Anuncie
Assine
Login
Um estudo que avaliou o impacto do ensino superior politécnico nas regiões onde se inserem, concluiu que o Instituto Politécnico de Leiria teve um impacto de 171,7 milhões de euros na região (Leiria, Caldas da Rainha e Peniche) em 2012.
Segundo os dados divulgados pelo IPL, por cada euro de financiamento do Estado (21,3 milhões de euros em 2012), esta entidade gerou oito euros de actividade económica.
O estudo avaliou os gastos dos docentes, funcionários e estudantes, assim como os dos próprios estabelecimentos do IPL nos concelhos onde estes estão instalados.
O estudo, intitulado “Caracterização socioeconómica e análise do impacto económico do Instituto Politécnico de Leiria – ano 2012” foi realizado pelo Centro de Investigação em Políticas e Sistemas Educativos do IPL, no âmbito de um projecto envolvendo vários politécnicos: Bragança, Viana do Castelo, Viseu, Castelo Branco, Setúbal, Portalegre e Leiria.
O trabalho foi coordenado por Pedro Oliveira, investigador da Universidade do Porto, e Jorge Cunha, investigador da Universidade do Minho, tendo sido feito com base em questionários realizados a estudantes, docentes e funcionários do IPL, cujos dados foram extrapolados da amostra para a população, bem como a documentação financeira do próprio instituto.
Os estudos avaliaram regionalmente o impacto de cada instituto politécnico, seguindo um critério comum para que possam ser extrapolados para o panorama nacional.
310 funcionários gastam 2 milhões de euros
No distrito de Leiria foram inquiridos 980 docentes (sendo que destes 26,8% mudou de residência para trabalhar no IPL), cujo gasto anual directo é de mais de nove milhões de euros (repartidos por sete milhões de euros dos gastos dos docentes que mudaram de região, 68,6 mil euros das visitas que esses docentes receberam e cerca de dois milhões de euros dos gastos dos docentes que não mudaram de região, mas não residem no concelho onde trabalham).
Em relação aos 310 funcionários, o gasto anual directo ascende quase aos dois milhões de euros, repartidos por 1,6 milhões de euros dos gastos dos funcionários que mudaram de região, 33 mil das visitas que esses funcionários receberam e 260 mil dos gastos dos funcionários que não mudaram de região mas não residem no concelho onde trabalham.
O gasto anual directo dos alunos na região é de 86,6 milhões de euros, repartidos por 43,4 milhões dos gastos dos que mudaram de região e 3,3 milhões de euros das visitas que receberam. Há ainda a acrescentar 40 milhões de euros do total do efeito de substituição de importação (ou seja, os gastos dos alunos locais que iriam estudar para outra região caso não existisse o IPL).
No inquérito aos alunos estimou-se que cerca de 41% mudaram de residência para estudar nas escolas do IPL. Dos estudantes que não mudaram de residência, cerca de 53% teria ido estudar para uma instituição localizada fora da região, caso não tivesse ingressado no IPL.
ESTUDANTES-TRABALHADORES GASTAM MAIS
Os alunos trabalhadores-estudantes apresentam uma média de gastos mensais de 659,6 de euros, enquanto os outros alunos apresentam gastam uma média de 460,6 euros mensais. Os estudantes têm um impacto maior que os docentes e funcionários porque, apesar de gastarem mensalmente um valor médio inferior, são cerca de 10 vezes mais.
Quanto ao próprio instituto, estima-se que 48,6% dos gastos em bens e serviços foram efectuados nos concelhos em que este está instalado (3,3 milhões de euros de um total de 6,8 milhões de euros).
Conclui-se assim que o impacto directo do IPL em 2012 nas cidades de Leiria, Caldas da Rainha e Peniche (sob forma de gastos directos) é de 101 milhões de euros.
Quando se aplica o conceito multiplicador, em que se considera que sempre que há uma despesa esta tem um efeito multiplicador, esse valor corresponde a um total de 171,7 milhões de euros (5,98% do Produto Interno Bruto dos concelhos em estudo, em 2012).
O estudo está disponível em cipse.ipleiria.pt/.
Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt
