Apesar dos resultados da prospecção realizada no subsolo de Alcobaça terem ficado aquém do esperado, sem que tenha sido encontrado gás natural passível de ser explorado comercialmente, a Galp Energia mantém-se interessada. A comprová-lo está o facto de a petrolífera portuguesa ter decidido tornar-se o operador na concessão de gás natural Aljubarrota-3.
Esta possibilidade estava já prevista no contrato feito há um ano com a Porto Energy – detida na totalidade pela Mohave Oil and Gas Corporation. Nessa altura, a Galp Energia comprou, por 3,4 milhões de euros, metade da concessão Aljubarrota-3, que abrange uma área de mais de 121 mil hectares onde se insere o poço perfurado no perímetro urbano da cidade de Alcobaça.
Em Novembro, a Mohave tornava público que a perfuração tinha encontrado uma coluna de gás, boas propriedades de depósito e ausência de fugas, mas as quantidades de hidrocarbonetos não eram suficientes para o sucesso comercial. Não obstante, a Galp Energia acredita que “a concessão Aljubarrota-3 está em linha com a execução estratégica da Galp Energia, aumentando a sua experiência e aproveitando o conhecimento adquirido em projectos inovadores a nível mundial”.
A possibilidade de desenvolver as capacidades e aumentar a experiência dos seus colaboradores é apontada pela petrolífera como “uma vantagem competitiva para mitigar o risco de execução associado a projectos de exploração e produção”.
Além da concessão no concelho de Alcobaça, on-shore (em território continental), o portefólio de exploração da Galp Energia em Portugal inclui ainda várias participações em blocos offshore (no mar). A petrolífera detém participações de 30% em quatro blocos da bacia de Peniche e de 50% em três blocos na bacia do Alentejo.
Para Joseph Ash, administrador da Porto Energy, a decisão da Galp “demonstra claramente o seu interesse e confiança no potencial deste activo”. Em comunicado, o responsável diz ainda que a Porto Energy vai continuar envolvida na definição da estratégia de exploração, mas ao deixar de ser o operador, beneficia de “maior flexibilidade financeira e operacional” para progredir no seu trabalho.
O exercício da opção da Galp para se tornar operador na concessão de gás natural Aljubarrota-3 aguarda ainda a aprovação da Direcção Geral de Energia e Geologia.
Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt
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