O coordenador do estudo do ISCTE para o Hospital Termal das Caldas da Rainha, Sérgio Palma de Brito, diz que teve como premissa “não propor nada que fosse para ser pago com fundos comunitários e depois os prejuízos suportados pelo Orçamento do Estado”.
“Nunca pensei ter tanta razão”, disse à Gazeta das Caldas, recordando que iniciou o estudo ainda antes da crise, pelo que a questão do financiamento do investimento e o funcionamento do projecto ganhou entretanto maior acuidade.
Assumindo uma abordagem pragmática para o futuro das termas e do património a elas associado, Palma de Brito diz que é importante deixar alguma margem de manobra ao promotor privado que queira pegar nos Pavilhões do Parque e no antigo casino para os reabilitar, permitindo, por exemplo, que se construam apartamentos de qualidade na zona da parada, que pode ficar fisicamente separada do resto do Parque por um “écran de árvores”.
“É necessário que este possa gerar dinheiro para poder investir nos Pavilhões do Parque, que podem também ter uma ocupação do tipo residencial”, disse, pois de outro modo é inviável para um privado e o Estado nunca terá hipóteses de avançar com recursos públicos.
De resto, a presença de pessoas, de residentes e de turistas, é fundamental para manter viva a cidade e a sua zona histórica em torno do Parque, diz este técnico, que gostaria de ver um hostal vocacionado para o mercado mais jovem no antigo Lar das Enfermeiras. Uma forma, diz, de compensar o período da época baixa em que há menos movimento no Hospital Termal.
Mas antes da vinda de um promotor privado, o essencial é que o município e o Centro Hospitalar se entendam e concordem em avançar com um projecto integrado para antecipar o futuro do termalismo na cidade.
Sérgio Palma de Brito diz que ficou surpreendido com a secular tensão existente entre a Câmara Municipal e o hospital, e que aprendeu e conhece muito bem os argumentos de uns e de outros. E diz-se disposto a intervir activamente no debate que vai ser necessário para mobilizar ambas as entidades e a sociedade civil caldense para este projecto.
Reconhece também que algumas das suas opiniões e soluções são polémicas, como a de entender que o termalismo clássico é um mercado irrelevante e em decadência (“já desde os anos cinquenta”), propondo, em alternativa, “a prescrição de tratamentos médicos apoiados nas águas termais”.
O estudo do ISCTE, de que demos notícia na semana passada, preconiza a integração do Parque e da Mata no património da cidade, um up grade da forma de funcionar do termalismo do Hospital Termal, a criação de “um percurso pelo espírito do lugar” que valorize o património e um empreendimento multi-usos nos Pavilhões do Parque através da concessão por um período de 60 anos a um privado.
Sérgio Palma de Brito é licenciado em Econometria pela Universidade de Bruxelas, frequentou Engenharia no IST e está desde 1963 ligado ao turismo, tendo trabalhado com os grupos Vila Galé e Pestana.































E ao Estado e ao hospital que cabe arranjar a solucao para a melhor gestao do Hospital Termal, alias este hospital nunca deu prejuizo a nao ser a partir de uma determunada altura… E tudo uma questao de gestao e vontade… Vitor Dinis – Caldas da Rainha