
Quatro funcionários da Pastelaria Infante (Avenida) entraram em suspensão de trabalhos na passada quarta-feira, dia 28 de Setembro, alegando que não receberam os salários correspondentes aos meses de Agosto e Setembro, assim como os duodécimos dos subsídios de férias e de Natal. São mais de mil euros por funcionário que estão em dívida, disse Dimas Andrade (o empregado mais antigo da pastelaria, com 21 anos de serviço) salientando que “há semanas e semanas que ligamos e ninguém atende, e as cartas registadas enviadas são devolvidas. Dizem-nos que vão pagar, mas até agora nada”.
Dimas Andrade é o único dos quatro funcionários a quem a gerência da pastelaria deve apenas um mês de salário (Agosto), porque em Setembro apresentou baixa por incapacidade temporária. As restantes três colaboradoras trabalham há mais de sete anos neste estabelecimento.
Na mesma semana em que os quatro funcionários entraram em suspensão de trabalhos, duas novas empregadas começaram a trabalhar na pastelaria. Ao todo, foram contratadas à experiência três pessoas desde que a empresa MPMS Lda. assumiu a gestão da Pastelaria Infante da Avenida, a 5 de Julho deste ano. Anteriormente a empresa Irmãos António & Eduardo Lda. é que geria o estabelecimento.
Na porta da pastelaria continua afixado um papel com o anúncio de que o espaço precisa de funcionários, sendo que têm sido as três empregadas contratadas no último mês a manter a casa aberta.
Gazeta das Caldas teve acesso ao extracto bancário de Dimas Andrade, que confirma que o último pagamento do vencimento foi feito a 19 de Agosto, relativo ao mês de Julho.
Numa carta enviada a António Barros Duarte – o antigo patrão – Rita Diaciuc, uma das funcionárias, afirma que “o ordenado do mês de Julho foi recebido no dia 25 de Agosto, o que me obrigou a faltar aos meus compromissos. Inclusive tive que pedir dinheiro para comprar comida, estando eu a trabalhar. Ninguém nos dá uma explicação. Afinal quem é a nossa entidade patronal?”. A pergunta desta colaboradora deve-se ao facto de a nova gerente da Pastelaria Infante, Madalena Barros Duarte, ser filha de António Barros Duarte, o anterior responsável.
Madalena Barros Duarte garantiu à Gazeta que “as coisas vão ser resolvidas legalmente” e desmentiu que a empresa deve dois meses aos seus funcionários, adiantando que apenas o ordenado correspondente ao mês de Setembro está em falta, mas que vai ser pago até dia 10 de Outubro.
A nova gerente acrescentou que foram apresentados contratos de trabalho aos quatro funcionários, que salvaguardavam todos os seus direitos e que continham os mesmos valores mensais, mas que estes se recusaram a assinar.
Dimas Andrade afirmou que nem ele nem as suas colegas assinaram novos contratos porque nunca foram despedidos da empresa Irmãos António & Eduardo Lda. O que lhe foi transmitido pela sua advogada é que o documento correcto a assinar “era sim o que referia a passagem da firma para novos donos e não um contrato, porque um novo contrato não tinha em conta os nossos anos de trabalho anteriores”. Este documento foi solicitado pelos funcionários à nova empresa, MPMS, mas nunca lhes foi entregue.






























