Família Serrenho vendeu a Bombondrice

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Gazeta das Caldas - Bombondrice
Daniel Viegas é o novo proprietário desta marca de produtos de chocolate

A família Serrenho vendeu a Bombondrice a um jovem casal – Daniel e Margarida Viegas – que prometem continuar a apostar na qualidade dos produtos alimentares transformados e, em simultâneo, fazer crescer esta marca caldense.
A Bombondrice teve nos últimos anos uma facturação anual média de 150 mil euros. Emprega dois trabalhadores e possui uma loja nas Caldas. Dedica-se  à produção de bombons, tabletes, compotas, sobremesas, bolos e fruta em calda e vende em todo o país para clientes, sobretudo de revenda.

Daniel Viegas e a sua mulher, a caldense Margarida Viegas, são os novos responsáveis pela Bombondrice. Já em 2016 o jovem casal se tinha interessado pela aquisição da marca, mas naquela data “não chegámos a acordo”, disse o actual responsável pela fábrica e loja que fica na Praceta António Montez nº 8.
Daniel Viegas é de Unhais da Serra, onde os pais têm um restaurante. Depois de ter trabalhado na Covilhã, o casal veio viver para as Caldas. Daniel Viegas é formado em Marketing e a mulher em Gestão de Turismo. No final do ano passado surgiu-lhes uma nova proposta relacionada com a aquisição da Bombondrice, “tendo sido possível efectuar o negócio”, contou o empresário sem, no entanto, revelar os valores da aquisição.
Margarida Viegas estava sem emprego e, com o apoio do Centro de Emprego, Daniel Viegas vai contratá-la, tendo ainda assegurado os dois postos de trabalho anteriores.
Além dos chocolates e bolachas, a Bombondrice também se dedica à produção de compotas de abóbora, de morango, de frutos silvestres, ameixa, multi-frutos, pêssego, maça reineta e de melão.
Às suas tabletes de chocolate também se podem unir variadas combinações como amêndoa, avelã e passas, arroz tufado, laranja…
“Também podemos fazer um produto específico ao gosto do cliente juntando ao chocolate alecrim, cardamomo ou pimenta rosa. São inúmeras as combinações!”, disse Daniel Viegas, acrescentando que estão já a fazer experiências para produzir novos recheios, apostando em sabores de produtos regionais. Para manter são também as malandrices de chocolate.
A empresa caldense recebe encomendas de clientes de norte a sul do país: de Lamego, de Leiria, de Lisboa, da Covilhã e mesmo com a nova gerência, a lista continua a crescer. Têm sobretudo clientes de revenda, onde se incluem lojas e mercearias gourmet, algumas de vinhos e ainda têm três a quatro grandes clientes que são também distribuidores.

“Vamos dar continuidade a toda a produção”, disse Daniel Viegas que, em simultâneo, quer dar uma nova dinâmica à empresa, apostando forte na internet e nas redes sociais.
Também haverá novidades no que diz respeito às embalagens e alguns novos produtos. Daniel Viegas não pretende extravasar o mercado nacional. No entanto, encara com naturalidade a possibilidade de vender a distribuidores que transacionem os seus produtos além fronteiras.
No futuro quando tiverem mais disponibilidade poderão organizar workshops e visitas à fábrica. “Já tivemos várias solicitações, até de agências de viagem, mas primeiro vamos ter que aprender a fazê-lo”, disse o novo responsável que tem contado com a passagem dos conhecimentos por parte dos anteriores proprietários.

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Presença em feiras nacionais

O casal tem participado em certames da especialidade que têm decorrido em Lisboa. A primeira foi a Feira do Chocolate que se realizou no Campo Pequeno e, mais recentemente, marcou presença no evento do sector em Cascais.
Os novos responsáveis pretendem continuar a participar em cinco a seis feiras por ano. Será o caso de Grândola, Porto e Valença do Minho, entre outras. Mas não pretende estar presentes no Festival do Chocolate do concelho vizinho dado que “temos muitos clientes em Óbidos e não faz sentido fazer-lhes concorrência”, disse Daniel Viegas.
A empresa caldense vai celebrar 25 anos em 2019. “Será um marco importante que vamos querer assinalar”, disse  o empresário, agora focado em manter a qualidade dos produtos. Desde que foi criada que se mantinha nas mãos da família Serrenho, que usou receitas tradicionais e familiares para confeccionar os seus bombons, bolachas e sobremesas, orgulhando-se de não recorrer a produtos químicos artificiais, conservantes ou corantes.
Segundo o novo responsável, agora é preciso estabilizar e aprender os segredos dos novos produtos. Daniel Viegas pensa para tal fazer formação específica na área.
Os anteriores donos estão a apoiar os novos numa cooperação que “faz todo o sentido pois não prescindimos do seu conhecimento”, disse o novo proprietário.
Luís Serrenho, o anterior dono, disse à Gazeta das Caldas que a empresa que fundou em 1994, com a sua mulher, Teresa Serrenho,  precisava de mudar de mãos. Um percalço na sua saúde e o facto dos seus filhos se dedicarem a outras áreas profissionais, ditou a resolução de venda da firma.
Segundo o empresário, quando a empresa foi posta à venda, tiveram vários propostas, algumas até internacionais. Mas o importante para o anterior proprietário era que fossem assegurados os dois postos de trabalho das suas funcionárias, o que aconteceu. O escolhido foi por isso Daniel Viegas e esperam que, nas suas mãos, a empresa “possa desenvolver-se e continuar a crescer”, rematou.

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