Exportações atingem novo máximo, mas défice da balança comercial também

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Exportações, importações e défice da balança comercial atingiram novos recordes na região para os primeiros seis meses do ano. Alcobaça é o concelho do Oeste Norte com mais vocação externa

O Oeste registou um novo recorde de exportações de bens para os primeiros seis meses do ano, mas a subida foi superada pela das importações. Com um agravamento de 44,2%, a balança comercial da região revelou-se negativa num volume de 222,8 milhões de euros, o maior valor já registado para um semestre.
Segundo os dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística (INE), conhecidos há poucos dias, as exportações de bens no Oeste atingiram, de janeiro a junho deste ano, os 778,2 milhões de euros, o valor mais alto alguma registado na região num semestre. O valor é 18,2% superior ao registado em igual período do ano passado, que era o anterior máximo.
Na hierarquia dos setores que mais contribuem para o sucesso das exportações da região, a produção de máquinas e aparelhos é o que tem maior relevo, tendo atingido os 189,1 milhões de euros, com um crescimento de 8,8% face ao primeiro semestre do ano passado.
A indústria alimentar valeu um total de 150 milhões de euros, com um crescimento 1,9%, e a produção hortofrutícola fecha o pódio, com 124,2 milhões de euros e um crescimento homólogo de 65,4%. Os três ramos de atividade representam praticamente 60% do total de exportações da região.
Na análise dos dados por concelhos, Torres Vedras mantém-se como o principal exportador do Oeste, tornando-se, inclusivamente, o primeiro concelho da região a passar a barreira dos 200 milhões de euros no primeiro semestre do ano, ao atingir 234,8 milhões de euros.
Segue-se Alcobaça, com 150,7 milhões de euros em exportações de bens, e Alenquer, com 126,7 milhões de euros. Abaixo da fasquia dos 100 milhões de euros estão Caldas da Rainha (76,5 milhões de euros) e Peniche (63,8 milhões de euros).
De notar que, destes cinco concelhos, Torres Vedras, Alcobaça e Caldas da Rainha aumentaram as exportações na ordem dos 21%, enquanto Alenquer e Peniche têm crescimentos de 0,9% e 2,3%, sendo que Alcobaça reforça a posição como o maior exportador do Oeste Norte, valendo mais do que os concelhos de Caldas da Rainha e Peniche juntos.
Nos 12 concelhos do Oeste, apenas Arruda dos Vinhos e Sobral de Monte Agraço, cujo peso no total das exportações da região é relativamente reduzido, registaram decréscimo nas vendas aos mercados externos, de 18,6% e 3%, respetivamente.
As exportações de bens da região continuam a bater recordes, mas as importações também, e neste primeiro semestre de 2022 até subiram a um ritmo superior às exportações.
A região passou, pela primeira vez num semestre, a barreira dos 1.000 milhões de euros em produtos importados, numa escalada de 23,1% face ao primeiro semestre do ano passado. No entanto, é de assinalar que grande parte destas importações correspondem a matéria-prima que as empresas transformam para gerar, depois, novas vendas.
Os bens alimentares lideram a tabela de produtos importados na região, com os animais vivos e produtos de origem animal à cabeça, com um volume de compras de 238,8 milhões de euros, mais 46,1% do que no período homólogo do ano passado. Este é, de resto, o setor que mais contribuiu para a balança comercial da região, com um défice de 163,5 milhões de euros entre o que compra e o que vende ao estrangeiro.
Seguem-se os produtos do reino vegetal, com 171,6 milhões de euros em importações, com um ligeiro decréscimo (6,1%) em relação ao mesmo período do ano passado. Mesmo assim, o défice da balança comercial neste tipo de produtos ascende a cerca de 47 milhões de euros.
A região importou, ainda, acima dos 100 milhões de euros em máquinas, aparelhos e material elétrico (126,4 milhões de euros) e nos metais comuns e suas obras (103,7 milhões de euros.
Com esta subida das importações a um ritmo superior à das exportações, a região registou um aumento do défice da balança comercial, que pela primeira vez superou a barreira dos 200 milhões de euros para se cifrar nos 222,8 milhões. O agravamento do défice foi de 44,2% em relação ao mesmo período do ano passado. ■

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