Ervilha Criativa desafia designers portugueses a criar produtos

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Estimular designers portugueses a criar produtos, produzi-los e colocá-los no mercado é o objectivo da Ervilha Criativa, uma empresa criada pelos jovens designers Silvia Duarte e André Valério. A apresentação da marca foi feita no passado dia 26 de Julho no Colab de Óbidos, situado no Espaço para Promoção da Inovação e Criatividade, numa iniciativa denominada “Ervilha à la Carte!”, que se traduziu também num momento de partilha de ideias e de contactos entre os presentes.

O mestrado em design de produto, na ESAD, juntou os jovens Sílvia Duarte e André Valério. Começaram a trocar ideias e foram concebendo a Ervilha Criativa, um projecto onde procuram aliar a inovação do design aos produtos de qualidade, potenciando o seu desenvolvimento.
A jovem designer industrial trabalhou em empresas na região, o que lhe permitiu ter experiência de mercado e uma boa rede de contactos com os fornecedores, enquanto que o designer de ambientes possui uma maior proximidade com a comunidade criativa. Entre os projectos desenvolvidos por André Valério estão o “Joio – Mostra de Design Nacional”, onde convidou vários profissionais recém-licenciados a mostrar o seu trabalho, primeiro nas Caldas da Rainha e depois na Experimenta Design de 2011, conseguindo colocar os designers em contacto com o público.
Colocado o projeto da Ervilha no papel, este venceu o prémio “Indústrias Criativas”, atribuído pelo Parque Tecnológico de Óbidos (PTO), no âmbito do Concurso de Ideias e Planos de Negócio Arrisca C, que lhe valeu a incubação virtual naquele parque. Depois obteve o primeiro lugar no desafio Ousar, promovido pela Associação Industrial do Minho e o segundo prémio do 10º PoliEmpreende, do IPL.
“Queríamos fazer qualquer coisa pelo design de Portugal e o termos tido três entidades grandes – como um parque tecnológico, uma universidade, uma associação comercial – que acreditavam que isto tinha pernas para andar, deu-nos força para arrancar”, disse Silvia Duarte, acrescentando que a Ervilha já germina há cerca de um ano.
Este projeto de empreendedorismo desafia os designers a criar produtos para a casa, decorativos e utilitários, que depois fazem a sua gestão e a ponte para os mercados, especialmente internacionais. “Neste momento o nosso mercado mais forte é a Alemanha, mas pretendemos expandir”, explicou a responsável.
O primeiro produto a ser desenvolvido pela Ervilha foi um candeeiro de cortiça, denominado Passa Cabos, desenhado por André Valério, que se inspirou na tradição americana de se utilizarem furões para introduzir cabos eléctricos em condutas. Este produto já foi seleccionado pela Fundação de Serralves e esteve patente na exposição Oporto Show. “Temos recebido muitos convites para o representarmos em feiras e até ao final do ano deverá sair num livro sobre design verde, design e sustentabilidade”, revelou o seu autor.
Entretanto, André Valério desenvolveu um tapete inspirado no padrão do azulejo típico português, tendo como referência alguns espaços comerciais das Caldas, que possuem esse desenho.
O próximo produto a desenvolver é uma jarra de barro, que está a ser confeccionada por um artesão de Mafra e cuja comercialização está prevista para breve.
Os jovens empreendedores convidaram a designer Ana Relvão, actualmente a trabalhar em Munique (Alemanha), para desenvolver uma linha de produtos em olaria portuguesa dirigida ao mercado alemão. A jovem designer, que partilhou o seu trabalho através de uma videoconferência, já concebeu uma peça que está a ser desenvolvida pelo ceramista Paulo Óscar.
A Ervilha Criativa trabalha também com as empresas para que estas possam ter uma activação através do design.

Fátima Ferreira

fferreira@gazetadascaldas.pt

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