Empresa de Palmela esteve na Lagoa de Óbidos a testar o casco de um catamarã a motor

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IMG_6818A empresa MDU, de Palmela, esteve na Lagoa de Óbidos no dia 4 de Março, para testar o casco para um novo catamarã a motor. Este é um conceito pouco explorado no fabrico de barcos em Portugal e tem como principal vantagem a economia em termos de potência de motor.
A equipa de cinco homens auxiliada pela Polícia Marítima testou, em frente ao Penedo Furado e ao antigo Hotel Foz Praia, um casco de catamarã de oito metros de comprimento.
Antes de entrarmos na embarcação, Miguel Durães, responsável pela empresa, revelava à Gazeta das Caldas que a ideia era testar a velocidade. “Se conseguirmos chegar aos 15 nós é uma sorte”, confidenciou.
É que este era apenas o primeiro teste. O casco  flutuou e até mostrou uma boa apetência para as curvas, mas o teste acabou por se revelar infrutífero, porque o motor (de 80 cavalos) se mostrou insuficiente. Para além disso, em termos técnicos, a posição do motor ainda será alvo de estudo. Este primeiro protótipo atingiu os 12,5 nós.
“Em Portugal a náutica de recreio restringe-se a mono cascos, não se fabricam catamarãs a motor, mas em países como a Austrália, a Nova Zelândia e a África do Sul usam-se muito, porque são mais eficientes”, explicou Miguel Durães. “São mais lentos, mas consomem cerca de metade da energia”, prosseguiu.
Estes barcos pesam menos uma tonelada do que os mono cascos que atinjam a mesma velocidade e conforto, para além de necessitarem de um motor com metade da potência.
Quanto a este primeiro teste, “não foi muito bom, porque o motor era fraquinho, mas iremos voltar com um motor mais potente e, entretanto, vamos começar a cobertura do casco”, revelou o proprietário da MDU. “Ainda assim, deu para perceber que curva muito bem e que é muito mais estável do que um mono casco, até contra o vento”, disse.
A escolha pela Lagoa de Óbidos prende-se com o facto de um dos elementos da equipa (Paulo Monteiro, engenheiro naval) residir ali perto e de o casco ter sido concebido nesta zona. Apesar do resultado deste teste, Miguel Durães esclareceu que a Lagoa serviu na perfeição os propósitos que tinha. “É muito bonita e extremamente segura para este tipo de testes” afirmou Miguel Durães, salientando ainda as muito boas condições de navegabilidade do local e o facto de toda a gente ter sido avisada pela Polícia Marítima acerca da iniciativa por forma a não lesar ninguém.

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