Exportações do concelho cresceram 74% no primeiro semestre deste ano. Oeste passa a fasquia dos 900 milhões
As exportações do Oeste continuam a crescer, no primeiro semestre deste ano atingiram os 908 milhões de euros, mais 9,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Caldas da Rainha assume papel de destaque, com as exportações no concelho a crescerem 74% face ao período homólogo, subida que se deve largamente ao crescimento da área de atuação da Tekever UAS, SA, empresa do grupo Tekever que está sediada nas Caldas e que está em forte expansão.
As exportações das Caldas da Rainha dispararam nos primeiros seis meses do ano para os 164,6 milhões de euros, mais 70 milhões de euros do que em igual período do ano passado. Este crescimento é impulsionado pela rubrica “material de transporte”, que passou dos 25 milhões de euros para os 62,1 milhões. Nesta rubrica entra a fabricação de veículos e suas peças, desde automóveis, motociclos, embarcações até às aeronaves, sem a maior fatia, superior a 57 milhões de euros, afeta às aeronaves. No primeiro semestre de 2023, esta rubrica significava apenas 55 mil euros de vendas para o estrangeiro. Outro dado significativo é que as exportações nesta rubrica são 99,5% para fora da União Europeia, o que faz com que mais de dois terços das exportações das Caldas da Rainha sejam para fora da Europa comunitária (110,9 milhões de euros para 53,7 milhões), uma realidade sem par no Oeste, onde o grosso das vendas internacionais são para este mercado.
Esta rubrica passou a ter a principal fatia das exportações caldenses, mas há outros destaques. A rubrica “máquinas e aparelhos, material elétrico, e suas partes”, onde são referência a Schaeffler e a Martin Caldeiras, subiu as exportações em 71,4%, de 27,1 milhões de euros para 46,6 milhões. E a rubrica “instrumentos e aparelhos de ótica, fotografia ou cinematografia, medida, controlo ou de precisão” cresceu 91%, de 13,6 milhões de euros, para 26 milhões, também com praticamente 100% das exportações para fora da Europa comunitária.
Num concelho com um tecido empresarial fortemente caracterizado pelo comércio e serviços, estas três rubricas industrializadas – que no seu conjunto valeram 81,6% das exportações caldenses neste período – vêm promover uma alteração nesse paradigma, promovendo a subida do concelho do quarto para o segundo maior exportador do Oeste, passando Alenquer e Alcobaça, nos quais a indústria tem maior tradição. É ainda de notar subidas significativas noutros setores industriais do concelho, em rubricas como “metais comuns e suas obras” (9,2%), na qual se engloba a cutelaria, na cerâmica (12,9%), e na indústria alimentar (7,9%).
No Oeste, regista-se então um crescimento das exportações entre janeiro e junho na ordem dos 9,3%, com a região a crescer ao triplo do ritmo da média nacional (3,1%), de acordo com os dados do INE.A região passou de três para quatro rubricas a exportar acima dos 100 milhões de euros neste período do ano, com os materiais de transporte (109,5 milhões de euros) a juntarem-se à industria alimentar (179,5 milhões) – que continua a liderar -, às máquinas e aparelhos (164 milhões) e aos hortofrutícolas (140,5 milhões). Todos estes setores cresceram.
Quanto aos mercados, o da Europa comunitária cresceu 4% e continua a ser o principal destino dos produtos da região (564,5 milhões de euros). O mercado extracomunitário cresceu 19,2% (345 milhões de euros). Já as importações ascenderam a 1.095,7 milhões de euros, o que significa que o que o Oeste vendeu ao estrangeiro cobriu 82,9% do que comprou, uma melhoria face aos 81,4% do mesmo período do ano passado.
Voltando aos concelhos, Torres Vedras continua a liderar com 216,8 milhões de euros em exportações, com um decréscimo de 1,1% face ao período homólogo do ano passado. Peniche (-2,8%), Lourinhã (-11,9%) e Nazaré (-17,4%) acompanham Torres Vedras nas quebras.































