Criatividade é chave para as crises económica e psicológica

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Joaquim Sobreiro Duarte, CEO da Sentidos Dinâmicos, considera que a gravidade das consequências da pandemia para a economia pode ser ainda superada pelas consequências psicológicas na população. A chave para ultrapassar este momento é a criatividade.
“Não estávamos preparados para o que está a acontecer e isto está a ter impacto psicológico nos próprios empresários e nos trabalhadores”, observa o gestor da empresa caldense, que tem a actividade nas áreas da formação e dos processos de motivação individuais e de equipas
As incertezas sobre o futuro, tanto em relação à infecção pela doença, como às carreiras profissionais, às situações financeiras de cada um e o isolamento social são um cocktail perigoso. Por isso, Sobreiro Duarte diz que o melhor a fazer é limitar a exposição às informações negativas que chegam a toda a hora. “Psicologicamente, as pessoas estão a ficar no que costumo chamar de ruminação mental. Um ciclo de emoções que em vez de nos levar para decisões, nos leva cada vez mais para o problema”, observa. “Decidi que tenho meia-hora por dia para ver notícias, mais do que isso não me faz bem”, acrescenta.
Para o seu negócio, Sobreiro Duarte traçou o pior cenário possível, que seria começar a trabalhar apenas a 1 de Outubro e a 50%. “Até lá preciso de perceber como conseguimos viver”, refere. “É preciso sermos criativos e já temos algumas ideias para pôr coisas na rua”, acrescenta.
Para quem fica em casa sem trabalhar, diz que há perigos acrescidos no campo da saúde mental. E também aqui a criatividade é a palavra-chave. “É importante que as pessoas comecem a ter em casa criatividade. Inventarmos, pintarmos, lermos, aprendermos alguma coisa, e trabalhar mais em meditação. Não podemos chegar a processos de depressão”, afirma.
O empresário e motivador diz que é tempo de ter coragem e de perceber as competências que temos, talvez até escondidas. “Temos de ir aprender coisas, partilhar ideais e desafios, pensar fora da caixa”, afirma.
Um telefonema ajuda a dispersar más ideias, diz, e partilha uma ideia que pôs em prática no passado domingo. “Fizemos um jantar com 12 pessoas. Eu e a minha esposa Fátima em vídeo-conferência com outros cinco casais, cada um em sua casa”, exemplifica o empreendedor.

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