A Coopval, situada no Cadaval, assinalou o seu 50ª aniversário, a 23 de Julho, com a inauguração da ampliação do espaço de armazenamento e automatização dos processos de embalamento, no valor aproximado de seis milhões de euros. Considerada a maior cooperativa de produtores de pera Rocha, com cerca de 300 associados, teve o ano passado um volume de negócios de 18 milhões de euros e destina 85% da sua produção à exportação.
O ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, marcou presença na cerimónia e falou do empenhamento do governo na abertura de novos mercados externos, em especial a China, que deverá ocorrer a curto prazo.

 

Implantada em 24 mil metros quadrados e com mais de seis dezenas de câmaras frigoríficas com capacidade para receber 25 mil toneladas de fruta (especialmente pera Rocha e maçã), a central da COOPVAL está agora dotada de processos robotizados que permitem uma maior precisão e automatização no embalamento, assim como um maior rigor na selecção da fruta. Um investimento de perto de seis milhões de euros que torna aquela central fruteira numa das maiores e mais modernas do país.

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Na última campanha esta central recebeu 20.400 toneladas de fruta, o equivalente a 14,4% da produção nacional, explicou o presidente da cooperativa, Aristides Sécio. A exportação representa cerca de 85% da comercialização dos produtos (pera Rocha e maçã), sendo que o Brasil é o principal mercado externo, a par do Canadá, no continente americano, ao que se juntam os mercados europeus, o norte de África e o Médio Oriente.
Dirigindo-se ao ministro da Agricultura, que esteve presente na cerimónia, Aristides Sécio manifestou o seu pesar pelo facto do governo não estar a fazer diligências para o regresso ao mercado russo, na sequência do embargo aos produtos alimentares para a Rússia que ocorreu em 2014. Aquele mercado tinha uma importância significativa para os produtores de pêra Rocha. Por outro lado, reconheceu o esforço do ministério na abertura de novos mercados. “Precisamos agora do trabalho político na diplomacia económica para se alcançar dimensão e segurança nas exportações, trabalho fundamental para ganharmos escala nos novos mercados”, pediu.
Aristides Sécio referiu que a loja da cooperativa, denominada O Pomar da Vila e inaugurada naquele dia, é uma velha aspiração, que permite melhorar as condições de atendimento ao consumidor final. Salientou as preocupações que a COOPVAL tem em termos ambientais e que resultaram num investimento num parque fotovoltaico, responsável pela produção de 11% das suas necessidades energéticas. Conseguiram também reduzir os consumos eléctricos, substituindo motores e sistemas de iluminação para equipamentos de menor consumo e introduziram a tecnologia LED.
As centenas de quilos de folhas que todas as campanhas entram na central são decompostas e transformadas em húmus e depois usadas como correctivo orgânico.
Os fundos comunitários foram imprescindíveis para o crescimento da central fruteira, mas o acesso a estes apoios está cada vez mais dificil, o que começa a ser um entrave ao desenvolvimento do sector, manifestou Aristides Sécio. O responsável denunciou o aumento da carga burocrática e das constantes auditorias, em que, “não raras vezes, o mesmo organismo do ministério pede por diversas vezes os mesmos elementos”.
Dirigindo-se ao governante, Aristides Sécio pediu a sua intervenção para a modernização do ministério e respectivas entidades que dele dependem a fim de conseguirem dialogar entre si e, em conjunto, serem proactivos. Por outro lado, evidenciou os esforços que têm feito, na constituição do Rocha Center (centro de investigação) com o objectivo de encontrar novas condições de conservação, assim como os projectos em curso com universidades para obter conhecimento técnico para o problema da conservação.

Exportação para a China a curto prazo

Depois de uma visita à central fruteira, o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, destacou o grau de sofisticação de tecnologia e conhecimento que ali está ao serviço da produção. “A qualidade tem que ser premiada pois só desta forma conseguimos chegar aos mercados mais exigentes do mundo”, disse o governante, dando nota de que, em três anos de governo, abriram 55 novos mercados para mais de 200 produtos da agricultura portuguesa. Em negociação está outra meia centena para mais 250 produtos.
Para a pera Rocha, o mercado mais importante a curto prazo é o da China, disse o ministro, que está em negociações com o governo chinês para a entrada deste fruto naquele país.
Capoulas Santos reconheceu que também não está satisfeito com a burocracia existente, mas justificou que os fundos comunitários resultam de dinheiro dos contribuintes e que, como tal, é preciso garantir que é bem usado.
Entre 2016 e 2018 os agricultores do Cadaval receberam de fundos nacionais e comunitários 14 milhões de euros. O ministro reconhece que se trata de uma ajuda ao sector e informou que, apesar de estar previsto um corte de 10% no orçamento da UE para a agricultura no próximo quadro comunitário, Portugal está a negociar para manter o mesmo envelope financeiro para o país.
Capoulas Santos evocou ainda a memória dos 12 fundadores da cooperativa que, há 50 anos, tiveram o “arrojo e a visão de encontrar soluções para a pulverização da produção e a necessidade de organização, que é a única forma de enfrentar o mercado”. O trabalho desenvolvido pela COOPVAL está também documentado no livro “1969-20019 Cooperativa Agrícola dos Fruticultores do Cadaval”, da autoria de Carlos Guardado da Silva.

O que é a COOPVAL

A COOPVAL – Cooperativa Agrícola dos Fruticultores do Cadaval está sediada no Cadaval e foi constituída em 1969 por 12 fundadores. Com cerca de 300 associados, produz, armazena, embala e comercializa fruta, especialmente Pêra Rocha e também maçã.
Tem uma produção anual a rondar as 25 mil toneladas de fruta e um volume de negócio próximo dos 18 milhões de euros. A maioria da produção (cerca de 85%) destina-se à exportação.
Esta cooperativa agrícola emprega, em média, 80 pessoas diariamente.

 

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