Cidália Tomás é um dos rostos de uma empresa cujos produtos têm mais valor porque são feitos de forma tradicional
É em forma de doce que a Maçã de Alcobaça e a Pêra Rocha do Oeste estão a rumar aos EUA e à Austrália. E a “culpa” é da CisterDoce, Lda. uma empresa de Turquel, concelho de Alcobaça.
Em parceria com a Associação de Produtores de Mação de Alcobaça (APMA) e com a Associação Nacional de Produtores de Pêra Rocha, a CisterDoce lançou em Setembro os doces Quinta do Vale do Rosa, de Maçã de Alcobaça e de Pêra Rocha, que já estão a conquistar os mercados norte-americano e australiano.
Cidália Tomás, proprietária da empresa, juntamente com Sérgio Pereira, estima que já tenham seguido mais de 7.000 frascos de doce de maçã e cerca de duas centenas de frascos de doce de pêra, um número que acredita que vai aumentar muito em breve. “Isto é uma mais-valia porque a fruta fresca não pode ir para esses países, uma vez que não há acordos. Então vai de outra forma”, explica Cidália. Ciente da importância que tem a promoção da fruta certificada, a proprietária garante que sempre que aparece algum cliente na empresa são-lhe propostos os dois doces. “Acho que tenho esse dever”, diz.
Licores, doces e compotas são algumas das propostas da empresa de Turquel (Alcobaça), que exporta para os cinco continentes
Também a APMA acredita na importância do sucesso que o doce de maçã de Alcobaça está a ter. “Este novo produto enquadra-se no projecto de recuperação, identificação e criação de produtos de matiz regional, em que a Maçã de Alcobaça é o ingrediente determinante”, refere a associação em comunicado.
Salientando a qualidade do Doce de Maçã de Alcobaça – “Quinta do Vale da Rosa”, a associação de produtores diz-se satisfeita por ver a designação “Maçã de Alcobaça” a extravasar as fronteiras nacionais, o que considera ser “uma oportunidade de extrema importância para a actividade frutícola da região e do país e mais um exemplo a seguir”. E mostra-se confiante de que os dois mercados já alcançados pelo novo doce são apenas os primeiros de muitos outros. “A CisterDoce, Lda exporta para os cinco continentes, estando assim iminente a entrada deste produto, com a marca Alcobaça em vários pontos do mundo”, aponta.
ESTRATÉGIA DE DIVERSIFICAÇÃO ESTÁ A RESULTAR
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A maior parte da produção da CisterDoce segue para mercados estrangeiros. A empresa tem um volume de negócios de 120 mil euros, dos quais 60% correspondem à exportação.
Entre os países que mais compram estão, além dos EUA e Austrália, o Canadá, Roménia, Angola ou Hong Kong, entre outros. Ainda assim, a empresária gostava que o peso da exportação nas contas da CisterDoce fosse ainda maior.
Para isso aposta com uma diversidade cada vez maior de produtos, “tudo feito de forma tradicional”, e por isso “produtos de valor acrescentado”, garante. Aos doces, licores, compotas, marmeladas, frutas em calda e mel, junta-se ainda o azeite condimentado, a mais recente proposta da empresa. Produtos que, em Portugal, podem ser encontrados no El Corte Inglés, nas lojas dos aeroportos e em lojas gourmet.
Os produtos da empresa, localizada no Ardido, Turquel (junto à Estrada Nacional 8/6), podem ainda ser conhecidos através do Facebook (Cisterdoce) ou do site www.quintadovaledarosa.com. Em breve os produtos deverão também chegar aos supermercados, estando a ser preparada uma imagem específica para esse circuito.
A esmagadora maioria da fruta usada nos produtos Quinta do Vale do Rosa é produzida na zona de Alcobaça. Cidália Tomás garante que só quando a fruta não é produzida na região, como acontece com as cerejas, se recorre a produtores de outros pontos do país. Com a família ligada à fruticultura, Cidália entende que “é um dever apostar na fruta da região”.
A história da CisterDoce começou em 2004, quando Cidália Tomás decidiu iniciar a comercialização da aguardente vínica de pêra que fazia para oferecer aos amigos. Na altura era ela quem, nas horas vagas, fazia tudo. Sete anos depois, a empresa conta com cinco funcionários, um número que pode aumentar “se as encomendas continuarem a surgir”.