Casa do Miguel para turistas na Foz do Arelho

0
2513
Com oito quartos, esta unidade hoteleira veio reforçar a oferta turística da Foz do Arelho

Casa do Miguel é o nome de um alojamento local que abriu em Julho na Foz do Arelho. Um projecto de Lúcio Figueiredo que, perante o desemprego, decidiu criar algo de diferente na vila que o acolheu há nove anos.
São oito quartos, todos com casas-de-banho privativas e televisão por cabo. Um dos quartos tem capacidade para quatro pessoas e acesso a uma cozinha. No primeiro andar todos os quartos são forrados em madeira, o que lhes confere um ambiente fora do habitual. Alguns deles permitem a colocação de uma cama-extra, apropriada para crianças.
Embora não sejam servidos pequenos-almoços, é sempre colocado nos quartos “um pequeno mimo”, como diz Lúcio Figueiredo: água e fruta. Por outro lado, tem um acordo com vários bares na avenida do Mar e cafés da Foz, que fazem um desconto aos clientes do alojamento. Um tipo de gestão que acaba por ajudar a economia local.O aluguer dos quartos fica em 40 euros, sendo que o maior custa 45 euros. No entanto, no caso de estadias mais prolongadas, pode haver descontos.
O nome Casa do Miguel deve-se ao facto de o proprietário do edifício ter assim baptizado a sua residência, colocando um placard com azulejos com esta designação. “Achei que seria bom aproveitar esse nome”, explicou Lúcio Figueiredo, que arrendou o espaço.
Lúcio Figueiredo tem 47 anos e durante 25 anos foi delegado de informação médica. “Com a baixa de preços dos medicamentos, é uma profissão que está praticamente em vias de extinção. Fui alvo de um despedimento colectivo da última empresa onde estive”, comentou.
Perante as dificuldades em arranjar trabalho com a sua idade, decidiu criar o seu próprio negócio. Sem experiência profissional no ramo, afirma que passou tanto tempo em hotéis que isso serviu para saber o que as pessoas esperam de um local onde se hospedam.
Natural de Portalegre, veio para a região há 13 anos e mora na Foz do Arelho há nove .
A Casa do Miguel é quase o realizar de um sonho para Lúcio Figueiredo, uma vez que lhe permite trabalhar e viver na Foz. Para abrir o estabelecimento fez algumas obras na casa, investindo cerca de quatro mil euros.
A terminar a época alta, Lúcio Figueiredo está contente com os resultados obtidos. “Para o primeiro Verão, acho que foi razoável. Não houve muitos dias com lotação esgotada, mas não me posso queixar”, revelou o empresário.
“Fiz muitos amigos do estrangeiro, alguns dos quais fizeram questão de adicionar-me no facebook. Houve até clientes que vieram aqui, com indicação de outros”, contou. No entanto, houve equilíbrio entre o número de clientes portugueses e estrangeiros.
Este verão também contou com condições meteorológicas pouco habituais na Foz. As altas temperaturas contribuíram para que alguns clientes acabassem por ficar mais dias.
Por outro lado, houve muitas queixas da falta de animação naquela localidade, exceptuando durante o período das festas da Foz. “Também não havia actividades para ocupar as crianças na praia”, lamentou-se o empresário, que não percebe a falta de investimento que este ano houve numa terra turística.
“Se não fosse a beleza da Foz e as características naturais que tem, não havia turismo nenhum”, disse. “Devia investir-se, para criar mais dinâmica, ajudando o comércio local, que assim também contribuiria mais para os impostos”, concluiu.

Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt

- publicidade -