Caldas da Rainha tem a maior feira das velharias do país em espaço coberto

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A terceira edição da Feira das Velharias, Antiguidades e Artesanato da Expoeste, que decorreu de 31 de Janeiro a 2 de Fevereiro, contou com a participação de 300 expositores, sendo já considerada o maior evento do género, num recinto fechado, do país.
“Isso acontece também porque há poucas feiras deste género em Portugal que decorram em espaços fechados, temos que ser humildes”, referiu António Marques, director da Expoeste, que, no entanto, salienta o crescimento que o evento teve desde a sua primeira realização.
A procura foi tão grande que todo o recinto teve que ser ocupado com os vendedores, inclusive o hall de entrada da Expoeste, e mesmo assim houve mais de 50 expositores que não puderam participar por falta de espaço. “Assim também temos condições para seleccionar os expositores que mais nos interessam ter nesta feira”, adiantou o director.
Uma das possibilidades que está a ser estudada para edições futuras é a instalação de uma tenda gigante no parque de estacionamento da Expoeste, para albergar mais participantes.
O facto de, pela primeira vez, ter participado um expositor da Galiza poderá indiciar que no futuro venham mais espanhóis vender os seus produtos nas Caldas da Rainha. “Isto vai ser um rastilho e acredito que na próxima exposição vão estar presentes mais expositores espanhóis”, disse António Marques.
No recinto estiveram os mais variados vendedores, desde os profissionais aos “amadores” que tinham várias peças em casa que tentaram vender. Isto porque também há coleccionistas amadores que aproveitam a oportunidade para vender e trocar peças, como é o caso de um arquitecto de Lisboa que desde a primeira edição tem participado com a sua colecção de automóveis em miniatura. Estão sempre presentes também os numismatas (coleccionadores de moedas) e os filatelistas (selos), entre outros.
À venda encontravam-se ainda discos de vinil, livros e revistas raras e antigas, brinquedos e louças. António Marques contou que um coleccionador de bicicletas antigas, do Campo, comprou quatro exemplares durante este certame. Outra curiosidade foi ter aparecido à venda a colecção completa do “António Maria” (jornal de humor político lançado por Rafael Bordalo Pinheiro), totalmente encadernada.
Nesta terceira edição apareceram também à venda mais artigos de grande porte, como móveis rústicos que habitualmente não se encontram nas feiras a céu aberto. “Aqui entramos já na área dos antiquários”, explicou o director da Expoeste.
Na opinião de António Marques, o sucesso que a feira tem tido, com mais de 5.000 visitantes durante três dias, mesmo com a entrada a custar um euro, “irá obrigar-nos a dar mais um passo em frente”. António Marques quer que o evento se torne mais conhecido no país e por isso espera um maior investimento ao nível da divulgação nos meios de comunicação nacional.
O responsável referiu que, para além dos visitantes, há um impacto significativo na economia local, com a estadia de centenas de expositores que vêm de várias partes do país.
“Desde a primeira edição que vimos que era uma feira que tinha ‘pernas para andar’”, numa altura em que as feiras das velharias se tornaram eventos com muita procura, como é o caso das que se realizam mensalmente no Parque D. Carlos I e na marginal de São Martinho do Porto.
As feiras na Expoeste realizam-se duas vezes por ano, uma em Setembro e outra no final de Janeiro. Ao contrário das feiras de ‘outlet’, que na opinião de António Marques têm vindo a perder importância e qualidade, a venda de velharias e antiguidades tem tendência a ver subir a procura.

Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt

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