Braz Gil Studio aumenta instalações e contrata mais pessoas na pandemia

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Mesmo em pandemia, a empresa familiar Braz Gil tem registado crescimento no volume de negócios, pois tem a agenda de encomendas “completamente preenchida para os próximos cinco meses”, disse à Gazeta Joaquim Braz Gil, o empresário que lidera uma firma que aumentou para 24 trabalhadores, tendo contratado três novos funcionários.
Segundo o responsável, é provável que ainda sejam necessários mais alguns colaboradores para fazer face à procura. A empresa investiu também no ampliação das suas instalações, numa operação que ficou nos 25 mil euros, aumentando a área em mais 250 metros quadrados, o que corresponde a mais 35% de espaço de trabalho.
“Fizemos esta intervenção para podermos organizar melhor as diferentes fases de trabalho”, explicou o empresário, acrescentando que a maioria da produção da empresa, sediada em Caldas da Rainha, se destina à exportação e, sobretudo, dirigindo-se para o mercado de luxo que “é muito exigente”. Muitas das peças que são produzidas nesta empresa têm mais cinco cozeduras, além de existir uma “forte aposta nas melhores matérias primas”, disse o empresário, revelando que o ouro que decora várias das propostas custa 13 mil euros o quilo.
“Temos produtos nossos que são vendidos a 14 vezes mais do que custam”, contou o responsável, que durante os meses de pandemia não recorreu a paragens ou lay-off, pois as solicitações por encomendas não cessaram. Como tal, a empresa cresceu “entre os 4 e os 5%”.
Joaquim Braz Gil reconhece que a empresa se dedica a um nicho de mercado, onde a concorrência escasseia, pois a larga maioria das empresas que se dedicava a este setor específico da cerâmica fecharam portas nos últimos anos sobretudo devido aos “elevados custos da produção”.
Um dos principais clientes internacionais é a L’Objet, marca que tem várias coleções de porcelana (muitas em exclusividade), feitas na Braz Gil e que estão à venda em vários locais do mundo, como os grandes armazéns Harrods ou no Neiman Marcus. Ultrapassa a centena e meia o número de peças que a empresa caldense produz para aquela marca que se divide entre o mercado norte-americano e o mercado europeu e asiático, possuindo armazéns no Casal da Areia, onde concentra as peças, contratualizadas com congéneres da região, como a Cerâmicas S. Bernardo (Perpétua, Pereira e Almeida, de Alcobaça). Em Portugal a Braz Gil Studio mantém colaboração com museus e com a Fundação Gulbenkian.
O mercado das vendas online está a dar os primeiros passos, mas a tendência “é de crescimento”, referiu o empresário, acrescentando que já correspondem a encomendas que chegam de países como Dinamarca, Noruega, Itália, Áustria e de Inglaterra. “Alguns têm novos projetos para o futuro”, afirmou o empreendedor, que se orgulha de ter “as contas em dia” mesmo nos dias em que reina a incerteza.
A Braz Gil possui várias coleções próprias de porcelana de mesa como a Caça Real ou a Família Rosa, além de produzir litofanias, esculturas, reproduções e peças originais em parceria com designers nacionais e estrangeiros. A loja da fábrica funciona entre as 08h00 e as 17h00. É possível fazer marcações.
A empresa, que vai celebrar o seu 25º aniversário no próximo ano, apresenta um volume de negócios de 550 mil euros ao ano. Fica na Rua Diário de Notícias, nº 201.

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