Balança comercial das Caldas inverteu para negativa em 2017

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O concelho das Caldas da Rainha passou de uma balança comercial positiva em 2016 para negativa em 2017, segundo dados do INE sobre importação e exportação de bens. As importações excedem as exportações em 8,2%. Esta não é uma realidade apenas das Caldas. O que o Oeste comprou supera o que vende ao estrangeiro em 260 milhões de euros. Alcobaça, Bombarral, Peniche e Lourinhã são os únicos concelhos que exportam mais do importam, o que é explicado pela fruta e conservas.

No ano passado, as empresas do concelho das Caldas da Rainha exportaram bens num total de 113,2 milhões de euros, segundo os dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística (INE). Este volume de negócios para os mercados internacionais correspondeu a um aumento de 4,4% em relação a 2016.
No entanto, se nesse ano a balança comercial do concelho se tinha cifrado em 1,8 milhões de euros positivos, o crescimento das importações superou os ganhos das exportações e inverteu a balança comercial para 9,4 milhões de euros negativos. O concelho importou bens no valor de 122,6 milhões de euros, mais 15% do que em 2016.
O sector das máquinas, aparelhos e componentes é o responsável pela maior parte das exportações do concelho, potenciado pela actividade da Schaeffler Portugal (antiga Rol). Só este sector contribuiu com mais de metade das vendas para o estrangeiro em 2017 (mais de 60 milhões de euros) e com um crescimento de 2% em relação ao ano anterior.
Segue-se o sector da indústria química, onde actua a Promol no fabrico de velas. Este sector contribuiu com 12,7 milhões de euros em vendas para o exterior (-5% que em 2016).
Há mais seis actividades que exportam mais de 1 milhão de euros da sua produção no concelho. São elas o comércio de metais comuns, a agricultura, a indústria alimentar, a cerâmica, os têxteis e a produção animal. Destes, a agricultura e a pecuária foram os que mais cresceram em exportações, ambos com 39%. A cerâmica liderou as perdas com um recuo de 11%.

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É também o sector das máquinas, aparelhos e componentes que mais contribuiu para as importações nas Caldas, num total de 41,5 milhões de euros.
Completam o top 5 dos tipos de produtos mais importados a produção agrícola, os metais comuns, a indústria alimentar e a indústria química.
Nestes cinco sectores as compras ao estrangeiro aumentaram entre 11% e 47%. A excepção é a indústria alimentar, no qual as compras diminuíram 21%.
Os dados do INE permitem ainda perceber que os negócios das empresas caldenses com o estrangeiros são de forma esmagadora para o mercado comunitário. Estas valem 84% das exportações caldenses.

OESTE MAIS IMPORTADOR

A tendência de ser mais importador do que exportador é seguida pela região do Oeste no geral. No conjunto dos 12 concelhos, a região importou bens no valor de 1,4 mil milhões de euros, enquanto as vendas se ficaram pelos 1,2 mil milhões de euros. E se as exportações até cresceram a um ritmo de 10,5%, as importações aumentaram mais ainda: 11%.
É no sector alimentar, tanto na produção animal, como na agrícola e na indústria alimentar, que o Oeste mais compra e também que mais vende para o estrangeiro.
Já a região Centro no seu todo é uma região exportadora. O comércio internacional teve um excedente de 1,5 mil milhões de euros em 2017. Mesmo assim, este excedente diminuiu para cerca de metade em relação a 2016, quando tinha sido de 2,9 mil milhões de euros. Isto explica-se pela diminuição de 4% das vendas internacionais e pelo aumento de 11,4% nas compras.
Voltando ao Oeste, em Óbidos a balança comercial também está desequilibrada para o lado das importações, que totalizaram 29,3 milhões de euros, enquanto as exportações ficaram pelos 12,5 milhões de euros. As vendas para o estrangeiro aumentaram 4,2%, enquanto as compras cresceram 17%. Os tipos de bens mais exportados em Óbidos são os agrícolas, que valem 6,8 milhões de euros. Mas estes também são dos produtos mais importados, em segundo lugar, superados apenas pelos da indústria química.
Alenquer, Arruda dos Vinhos, Cadaval, Nazaré, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras também tiveram balanças comerciais negativas. Torres Vedras acumula o estatuto do maior concelho importador e maior exportador do Oeste. É também o que tem a balança comercial mais no negativo, quase 200 milhões de euros.
Já Alcobaça é o concelho em que as exportações ultrapassam por maior margem as importações, com um saldo positivo próximo dos 80 milhões de euros. As indústrias dos moldes e a exploração pedreira são os principais exportadores e valem ao concelho perto de metade das exportações, crescendo em 2017 a ritmos de 10% e 5% por cento, respectivamente. Os produtos de origem vegetal são os mais importados.
O segundo concelho com mais excedente (24,9 milhões de euros) na relação comercial com o estrangeiro é o Bombarral. O concelho cresceu 33,3% nas exportações. A produção agrícola é a actividade que mais exporta, com 34,4 milhões de euros e um crescimento de 36% em relação a 2016. Mas estes são também os bens mais importados, num total de 7,1 milhões de euros em valor.
Já Peniche manteve estáveis as exportações, em 116,7 milhões de euros, com uma balança comercial positiva em mais de 19 milhões de euros. A indústria alimentar é a que mais exporta (87,5 milhões de euros), enquanto a produção animal que a alimenta é o que o concelho mais importa (59,3 milhões de euros).
Lourinhã também teve uma balança comercial positiva, embora os pratos tenham ficado quase equilibrados, com as exportações a superarem as importações em apenas 400 mil euros. Neste concelho também houve uma inversão face a 2016, com descidas tanto nas compras (7,1%) como nas vendas (2,2%). A produção animal foi a principal responsável tanto pelas importações como pelas exportações.

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