Auto Escape das Caldas fez 30 anos

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Carlos Crespo é o proprietário da Auto Escapes das Caldas desde 2000

A Auto Escape das Caldas da Rainha está a assinalar este ano o seu 30º aniversário. Esta é uma oficina que resistiu à tendência dos serviços generalistas e mantém-se especializada em sistemas de escape, que repara, aplica e também constrói à medida.

A empresa foi fundada a 2 de Maio de 1989, na Rua 31 de Janeiro, por Anselmo Vitorino Crespo. Na altura, a oficina estava no seio do negócio da família, que incluía ainda as vertentes das molas de suspensão, peças auto e pneumáticos, negócio iniciado há mais de meio século.
Por volta de 1997 foi aberta uma segunda oficina de escape, na localização onde a empresa ainda hoje se mantém, no número 81 da Rua Fonte do Pinheiro. “Era a antiga casa do meu avô José Vitorino Crespo e pode-se dizer que foi o berço de tudo porque foi ali que ele começou o negócio de produção de molas para carroças, que o meu pai depois seguiu”, conta Carlos Alexandre Crespo, actual proprietário da empresa.
No início, o espaço na Rua Fonte do Pinheiro começou por servir de armazém para o stock de material para os sistemas de escape. “Comprava-se o material em quantidade, directamente a um fornecedor em Espanha”, recorda o empresário.
Por essa altura do final do século XX a empresa chegou a ter três oficinas de escape, que empregavam seis pessoas. Além destes dois espaços nas Caldas, havia um terceiro na Benedita, nas instalações que a empresa possuía ao quilómetro 86 do IC2, onde se fabricavam suspensões para camiões.
O falecimento de Anselmo Crespo fez com que os vários negócios da empresa Anselmo & Filhos, Lda. fossem repartidos pelos herdeiros. Carlos Crespo assumiu o negócio dos escape em Março de 2000 e optou por manter a oficina especializada no serviço dos sistemas de escape.
A Auto Escape das Caldas é especialista na reparação, troca e personalização de escape de automóveis e tem a particularidade de ter maquinaria própria para fabricar e modelar os tubos à medida. “É uma vantagem porque, assim, podemos fazer escape para automóveis mais antigos, que já não têm peças disponíveis no mercado”, realça Carlos Crespo.
A oferta de serviços incluiu tudo o que está ligado aos sistemas de exaustão dos automóveis, incluindo os sistemas de catalisadores e filtros de partículas. Por ser uma casa especializada, além dos clientes particulares a oficina é procurada por outras oficinas e também pelos serviços das marcas “sobretudo quando são automóveis que precisam de peças descontinuadas”, refere Carlos Crespo.

Escape MAIS AMIGOS DO AMBIENTE

Os sistemas de escape dos automóveis têm tido uma forte evolução desde a década de 1990, quando começaram a ser implementadas medidas para diminuir o impacto da emissão de gases dos automóveis no meio ambiente.
Em 1993 foram introduzidos os catalisadores nos carros a gasolina e em 1997 nos carros a gasóleo. Na primeira década de 2000 começaram a surgir os filtros de partículas nos automóveis a gasóleo.
Apesar de terem sistemas mais complexos, hoje os escape são mais duráveis do que há 20 anos, o que se deve, em grande parte, à qualidade dos materiais utilizados. “Antes construíamos uma panela de escape em chapa que se comprava no Thomaz dos Santos, hoje isso não é possível”, explica Eduardo Norte, que trabalha na Auto Escape desde a sua fundação, há 30 anos. Os tubos e as panelas são hoje fabricados em ligas com alumínio e aço inoxidável, que aumentam a vida útil dos sistemas de escape. É que, além de terem que responder à exigência das normas ambientais, estes têm hoje que aguentar a condensação que se forma no seu interior devido aos novos hábitos de condução. “Como a maior parte das pessoas faz percursos pequenos, forma-se água no interior dos escape. É por isso que vemos escape a pingar e, quando trocamos um escape, chegamos a tirar um litro de água lá de dentro”, explica Eduardo Norte.
A diminuição do volume de trabalho fez com que a empresa tenha reduzido de seis trabalhadores para os actuais dois.
Além do serviço em si, a Auto Escape das Caldas também comercializa algumas peças, sobretudo relacionadas com os sistemas de escape. Material como panelas e ponteiras de escape desportivas, serpentinas flexíveis, juntas, filtros de partículas e abraçadeiras. São ainda comercializados engates de reboque e apoios de motor. Estas últimas, apesar de não serem relacionadas com os escape, são artigos que Carlos Crespo mantém porque “conseguimos preços muito competitivos através de um fabricante de borrachas que trabalha connosco há muitos anos”.
Em relação ao material desportivo e de personalização dos escape, Carlos Crespo diz que chegou a ser um bom complemento do negócio, mas com a perda de poder de compra essa vertente tornou-se residual. “Vendia-se muito antigamente. Com esses escape consegue-se aumentar o rendimento e melhorar o som do motor, dentro dos limites homologadas para cada modelo. Mas apesar de estarmos a vender hoje mais barato do que se vendia há 10 anos, vende-se muito pouco”, remata.

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