Em agosto, a empresa já tinha igualado o volume de negócios do ano passado, acima dos 3 milhões de euros. Espaço “Doce como Nós” é nova aposta
O Atelier do Doce, no Casal de Santo Amaro (Alcobaça), vive um momento de grande afirmação. O ano ainda não terminou, mas é certo que a empresa vai quebrar todos os recordes de faturação, dado que em agosto já tinha superado os 3 milhões de euros, número com que tinha fechado as contas do ano anterior.
A empresa tem 65 funcionários e nas Bolas de Berlim o seu ex-libris. Com uma produção que já vai em 14 sabores diferentes, atingem, no verão, as 45 mil bolas produzidas por dia. Nessas alturas, a produção decorre ao longo de 24 horas diárias. “No verão representa um volume de faturação maior do que todos os outros artigos”, explicam Rui Marques e Catarina Saraiva, o casal que, em 2006, criou o Atelier do Doce.
Em relação às bolas, há delas simples, com doce de ovo, chocolate com avelã, chocolate branco ou com sabor a Ferrero Rocher ou a Kitkat, de frutos vermelhos, de morango, maçã, maçã e canela, limão, tangerina, doce e leite e até de caramelo salgado. E a história é curiosa: no Atelier do Doce faziam as Bolas de Berlim como era tradição, numa frigideira e num processo muito artesanal. Foi através da criação de uns tabuleiros próprios e de uma fritadeira que conseguiram transformar a produção. Desta forma, todas as bolas saíam uniformes, eram fritas à mesma temperatura e eram viradas e retiradas com o mesmo tempo de fritura. Essa fritadeira foi a primeira máquina adaptada de propósito para o Atelier do Doce, pensada pelo próprio empresário. E, se essa fritadeira tinha um metro, rapidamente pediram que lhes fosse feita uma de sete metros. “Ganhámos qualidade e produtividade”, explica Rui Marques.
O processo não deixou de ser artesanal, mas a tecnologia e a criatividade permitiram aqui melhorar processos. Hoje, o Atelier é uma unidade semi-industrial, onde a tecnologia está presente para auxiliar os trabalhadores e para lhes aligeirar as tarefas. Isso, aliado à aposta na matéria-prima de qualidade, permite manter o cunho artesanal, apesar dos volumes, custos e homogeneidade da produção industrial. “Hoje em dia, não necessitamos de pegar num saco de farinha e temos um virador da massa, evitamos fazer esforços manuais”, explicam. A máxima passa por, com menos esforço, conseguir produzir mais e melhor.
O Atelier do Doce vende as bolas, direta e indiretamente, até nas praias da região e é possível, hoje em dia, encontrá-las em supermercados e cafés por todo o país.
“Este é o melhor ano em termos de vendas, em agosto já tinhamos equiparado o ano passado, que tinha sido o melhor”, explica Rui Marques, notando que a empresa superou os 3 milhões de euros de vendas, embora com uma rentabilidade “abaixo do que sucedia há uns anos”.
Essa quebra de rentabilidade deve-se, essencialmente, ao aumento dos custos de produção, especialmente pelo subir dos preços nas matérias-primas, que não teve paralelo no valor de venda praticado. “Nem a fazer o triplo dos bolos conseguimos ser tão rentáveis”, refere.
Doce como Nós
Recentemente foi inaugurado um novo espaço de cafetaria chamado “Doce como Nós”, que surge de uma parceria com a Nestlé para abrir aqui um dos primeiros Roastelier do país.
O café é escolhido pelo cliente, torrado e moído no local e, para acompanhar, há croissants e, devido a uma grande procura, também começaram a fazer pão. ■































