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É com um espírito de entreajuda e solidariedade entre os comerciantes que João Frade, reeleito em Agosto para um terceiro mandato à frente da Associação Comercial dos Concelhos das Caldas da Rainha e Óbidos (ACCCRO), quer enfrentar os “graves desafios económicos”.
Em tempos difíceis também para o comércio e no ano em que a associação comemora o seu 110º aniversário, a ACCCRO quer continuar a apostar em iniciativas que possam dinamizar o comércio.
Em Novembro realiza-se a 16ª edição do Concurso de Gastronomia Regional e está prevista também a comemoração do Dia de São Martinho (11 de Novembro).
João Frade admite ainda que a associação tem vindo a promover menos actividades devido à falta de verbas para o fazer.
“Temos que ter cada vez mais um maior rigor financeiro e actualmente há menos apoios por parte de patrocinadores e da Câmara”, comentou.
No programa de Regeneração Urbana havia verbas disponíveis para a programação de actividades de animação, cerca de 60 mil euros, mas a maior parte já foi investida.
“O próprio projecto está a ser reavaliado pela Mais Centro e como as obras também se prolongaram, estamos a proceder a uma recalendarização do plano de animação para utilizar o restante da verba”, explicou.
João Frade disse compreender que a autarquia caldense esteja a realizar também menos actividades de animação na cidade devido aos constrangimentos financeiros.
Para o presidente da ACCCRO, o que tem prejudicado mais o comércio na cidade é a crise económica que afecta todo o país.
Enquanto associação que também inclui Óbidos, João Frade admite que este município tem uma outra visão em relação à realização de eventos e faz notar que essa política também beneficia os empresários das Caldas.
“Também é mais fácil para Óbidos realizar esse género de eventos que se realizam dentro das muralhas, tendo uma envolvência própria. Nas Caldas é mais complicado realizar eventos desse nível”, adiantou.
No entanto, também gostaria que nas Caldas da Rainha se realizassem iniciativas semelhantes. “Pode ser que as próximas eleições tragam outra política nesse campo, com mais atenção ao turismo e à divulgação do concelho”, disse.
Menos sócios por causa da crise
Actualmente a ACCCRO tem 568 associados que pagam regularmente as suas quotas. “Com esta crise, nos últimos três anos devemos ter reduzido cerca de 50 a 60 sócios que pagam as quotas”, referiu, comentando que face ao momento actual, “até são números bastante aceitáveis”.
O dirigente diz que continua a haver rotatividade nos estabelecimentos comerciais. Normalmente, quando fecha um negócio, reabre outro no mesmo local. No entanto, isso não quer dizer que não existam muitas lojas fechadas e sem actividade. “É impossível termos o número de lojas abertas que havia há alguns anos”, disse.
Outra questão importante para a imagem da cidade, na sua opinião, é a limpeza dos espaços públicos e privados.
Em Junho a ACCCRO realizou uma campanha de limpeza de algumas fachadas por causa dos graffitis nas paredes e quer continuar a sensibilizar as pessoas e as instituições locais para esta temática.
“A Câmara do Porto gasta cerca de 100 mil euros por ano na limpeza de graffitis. Embora seja uma autarquia com outra dimensão, poderíamos fazer algo parecido nas Caldas”, considera.
Neste mandato fazem também parte da direcção da ACCCRO, Pedro Carvalho e João Carvalho, como vice-presidentes, Bryan Ferreira como tesoureiro e Luís Rebelo como secretário. Francisco Vogado é o presidente da mesa da Assembleia Geral e Orlando Flores é o presidente do Conselho Fiscal.
Mais uma vez houve apenas uma lista candidata aos corpos sociais da ACCCRO. João Frade tentou ainda que outras pessoas avançassem para uma candidatura, mas perante a ausência de interessados decidiu avançar.
“Sinceramente, nem sequer queria voltar a candidatar-me, mas como não havia interessados não quis deixar a associação sem direcção”, explicou.
Do programa eleitoral da única lista concorrente ao triénio 2012/15, consta o desejo da “continuação da defesa e representação dos associados, visando em especial a dignificação e a melhoria das condições da actividade empresarial nesta região”.
A ACCCRO pretende também continuar a organizar iniciativas de promoção da actividade empresarial, dos associados e da região “para que desta forma se possa ajudar a atrair turistas e consumidores”.
Pretende ainda promover a melhoria da limpeza, da segurança pública e do ordenamento do espaço urbano junto das entidades responsáveis.
Segundo João Frade, tem sido possível manter o “equilíbrio financeiro que a ACCCRO conseguiu atingir, aproveitando melhor os meios existentes e racionalizando os custos de funcionamento”.
Actualmente com três funcionários, a associação tem vindo a reduzir custos a este nível desde que João Frade assumiu o cargo de presidente. A direcção não é remunerada. O orçamento anual é de 180 mil euros.
Recentemente a associação entregou na biblioteca municipal das Caldas da Rainha mais de 500 livros escolares em segunda mão, que foram recolhidos no âmbito de uma recolha realizada em conjunto com a loja Boutique das Artes.
Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt
Caldas vai ter iluminação de Natal
O presidente da ACCCRO diz que já está a ser preparado um programa de actividades para a época natalícia. A associação espera agora que a Câmara comunique qual a verba disponível a fim de poder avançar. João Frade diz que preferia que fosse a autarquia a tomar conta da iluminação, mas a Câmara “continua a ‘empurrar-nos’ para o fazer”.
O dirigente diz que deverão gastar menos 10% do que no ano passado, ou seja, em 2012 a iluminação custará cerca de 50 mil euros. Para a animação das ruas estão previstos 10 mil euros.
Contactado pela Gazeta da Caldas, o presidente da Câmara confirmou que, apesar da crise, a cidade voltará a ter iluminação de Natal. Só que haverá uma redução de 5% dos custos relativamente ao ano passado, em que foram gastos cerca de 60 mil euros.
“Não dou como mal empregue o dinheiro gasto na iluminação de Natal”, disse o autarca, acrescentando que esta animação traz muita gente à cidade. Além disso, “é uma forma de ajudar o comércio local e, ao fazê-lo, estou também a ajudar a população”, concluiu.
PA. / F.F.
João Frade no executivo da Junta de Nossa Sra. do Pópulo
João Frade substituiu recentemente Mário Lino como vogal da Junta da Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo.
Com a renúncia de Mário Lino, que tinha o pelouro do “apoio aos bombeiros”, João Frade deixou a presidência da Assembleia de Freguesia para fazer parte do executivo da Junta.
Questionado sobre se poderia ser o próximo candidato do PSD à presidência da Junta, João Frade respondeu que só iria encarar essa possibilidade caso Vasco Oliveira não se recandidate.
Com a criação de uma nova junta de freguesia, resultado da agregação com Coto e São Gregório que foi aprovada na última Assembleia Municipal, existe a possibilidade do actual presidente se recandidatar.
O novo presidente da Assembleia de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo é João Reis.
P.A.
