Apresentados novos vinhos de reserva da Casa das Gaeiras

0
1662

FotoVinhos2Fundada no século XVIII, a Casa das Gaeiras desde sempre foi considerada um ícone de qualidade nos vinhos da região de Lisboa. A tradição volta a cumprir-se agora com a apresentação da gama Reserva Vinhas Velhas da Casa das Gaeiras, por parte do Grupo Parras, que desde 2010 possui a seu cargo as vinhas daquela casa.
Ao todo foram produzidas 3300 garrafas de reserva branco e tinto, que serão vendidas a cerca de 9 euros cada. Trata-se de vinho para “conhecedores”, que pretende afirmar a Quinta das Gaeiras como um “pequeno chateau na região de Óbidos, que tem vinhas com histórias antigas para contar”, disse Luís Vieira, administrador do Grupo Parras.

Aproveitando as vinhas existentes, algumas com 30 anos, o Grupo Parras juntou alguma inovação e criou a gama Reserva Vinhas Velhas da Casa das Gaeiras. A explicação foi dada pelo enólogo do grupo, António Ventura, durante o almoço de apresentação dos vinhos (antes de serem lançados no mercado) que juntou especialistas da área e comunicação social, na Casa das Gaeiras, no passado dia 17 de Setembro.
As vinhas de casta Vital, que dão origem ao vinho branco, são a “grande estrela da companhia”, disse o enólogo, lembrando que estas dão origem a um “vinho fresco, com uma mineralidade muito acentuada e uma acidez bastante pronunciada, que lhe confere uma característica de frescura invulgar”. Na mesa, desde logo se ouviram rasgados elogios ao vinho, tendo mesmo alguns dos convidados garantido que este fazia lembrar o da década de 70 ali produzido.
Já o vinho tinto estará mais três a quatro meses em garrafa e será depois lançado no mercado.
O Grupo Parras é responsável pela vitivinicultura da Casa das Gaeiras desde 2010, explorando uma área de 20 hectares de vinha. A gama reserva conta com 3300 garrafas de branco e igual número de tinto, que é dirigido a um nicho de mercado formado essencialmente por especialistas e conhecedores. Com um preço de 8,50 euros (Reserva Branco) e 9 euros (Reserva Tinto), é um vinho que vai criar apetência para os outros produtos desta casa, acredita Luís Vieira. “As pessoas depois de conhecerem este vinho acabarão por encontrar na gama mais baixa, que é o Gaeiras Colheita, um preço mais competitivo”, disse.
Estes produtos serão comercializados em garrafeiras e restaurantes mais exclusivos. Também a exportação é um canal aberto, dado que “há mercados, como o belga e holandês, onde já vendemos Gaeiras e que estão muito abertos e ávidos deste tipo de produtos”, explicou Luís Vieira.
As uvas são recolhidas nas vinhas das Gaeiras, mas a vinificação é feita na Quinta do Gradil (Cadaval), propriedade do Grupo Parras, onde possuem uma adega moderna.
Nas Gaeiras o grupo fez um investimento de cerca de 50 mil euros para renovar a produção vitivinícola. A aposta irá agora continuar ao nível da comunicação e nas idas às feiras para divulgação do produto.
Luís Vieira diz mesmo que vão tentar posicionar a Casa das Gaeiras como um “château francês que tem vinhas com histórias antigas para contar, com uma posição excelente ao pé de Óbidos”.
O grupo Parras perspectiva ainda, no futuro, lançar outros produtos de topo Casa das Gaeiras, como é o caso de um espumante.
Em 2013 o grupo produtor de vinho facturou cerca de 46 milhões de euros. Muito focalizado para a exportação e para a moderna distribuição nacional e internacional, tem como principais mercados Angola, Inglaterra, Polónia, França, China, Japão e Estados Unidos. O grupo Parras possui no mercado 30 marcas diferentes, entre vinhos alentejanos, do Douro, do Dão, regionais de Lisboa e vinhos verdes. No entanto, casas como a das Gaeiras ou a Quinta do Gradil são “referências de prestígio que nós cuidamos com muito afinco e às quais dedicamos muita atenção”, concluiu Luís Vieira.

Uma visita guiada

- publicidade -

A apresentação contou com a presença de um dos proprietários da Casa das Gaeiras, Frederico Pinto Basto Lupi, que fez uma visita guiada por algumas das salas da casa e jardim. Na verdade tratam-se de duas casas pegadas, uma que data do século XVIII, construída pelo médico de Arouca, António Silva Pinheiro, que foi administrador do Hospital das Caldas, e uma outra, de inícios do século XX, que foi feita por Raul Lino, amigo da família. Esta parte “nova” guarda ainda parte da colecção feita por Frederico Pinto Basto sobre as Guerras Peninsulares, bisavô dos actuais proprietários, e que foi doada ao Museu de Óbidos.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

- publicidade -