Serviços de apoio no local ao cliente (por exemplo “babysitting” ao sábado de manhã), divulgação conjunta de actividades e uma “rua das Montras virtual” são alguns dos projectos que irão fazer parte de uma candidatura que a associação comercial irá apresentar ao programa “Comércio Investe” e para o qual está agora a estabelecer contactos com os comerciantes caldenses que queiram aderir.
A 13 de Março a ACCCRO realizou, na sede da União de Freguesias, uma sessão de esclarecimentos sobre os incentivos ao comércio e o Portugal 2020, para informar os comerciantes dos apoios disponíveis. A associação estabeleceu parcerias com duas empresas, a Núcleo Inicial e a International Business Consulting, para o desenvolvimento desta candidatura.
Na sessão esteve presente José Vale, do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (IAPMEI), que apresentou o programa “Comércio Investe”, uma medida financiada através do Fundo de Modernização do Comércio. O programa consiste num sistema de incentivos para a requalificação de micro ou pequenas empresas do comércio a retalho e promoção do comércio localizado em centros urbanos, com apoios a fundo perdido (40%) e uma linha de crédito complementar que permite uma cobertura de 100% do investimento.
Os seus objectivos passam por aumentar os níveis qualitativos da oferta comercial, dinamizar a divulgação da oferta através de espaços virtuais e de comércio electrónico, promover conceitos de comercialização ligados a marcas próprias com potencial de internacionalização e valor acrescentado nacional, mas também desenvolver actuações conjuntas que combinem a modernização dos estabelecimentos comerciais e a dinamização das zonas urbanas. O “Comércio Investe” pretendeu também simplificar e modernizar a forma como são dados estes apoios.
Para os projectos conjuntos, que devem ser promovidos por uma associação, pretende-se requalificar e dinamizar a oferta comercial de um centro urbano, através de um programa de intervenção num conjunto de estabelecimentos e acções complementares de promoção e dinamização do centro urbano.
Segundo Nuno Mendonça, da Núcleo Inicial, as Caldas da Rainha tem uma grande área de captação de potenciais clientes. “A 30 ou 40 quilómetros de distância temos cerca de 317 mil habitantes, com um poder de compra superior à média da região centro”, referiu, ao mesmo tempo que existe uma oferta comercial de grande qualidade já estabelecida, para além de todas as ofertas turísticas e culturais que as Caldas tem.
Célia Antunes, representante no Oeste da International Business Consulting, explicou que a parceria com a ACCCRO está a ser feita no âmbito da requalificação do capital humano, de forma a preparar as pessoas que trabalham no comércio. Vão por isso desenvolver acções de formação “de acordo com o diagnóstico das necessidades e o alinhamento estratégico regional”.
Uma cidade com uma grande oferta comercial
Paulo Agostinho, presidente da associação comercial, recordou que a cidade tem 30 mil habitantes, num concelho de 50 mil pessoas e que está inserida “numa zona de excelência ao nível do turismo, com um potencial imenso”. Na sua opinião, o que tem falhado muito no concelho das Caldas é a promoção daquilo que existe.
A ACCCRO tem vindo a realizar uma série de estudos, um dos quais sobre cidades portuguesas com o mesmo número de habitantes das Caldas, entre as quais estão Figueira da Foz e Santarém. Ambas as cidades têm uma oferta comercial inferior a metade das Caldas, que tem mais de 650 espaços comerciais. “Nós temos 89 cafés e pastelarias e 40 restaurantes no centro da cidade”, disse. “Nós somos verdadeiramente a capital do comércio de cidade”, referiu, acrescentando que isso tem de ser promovido como tal, porque são necessários clientes de fora para poder manter uma oferta comercial tão grande.
Por outro lado, o dirigente lembrou a necessidade em estar sempre a melhorar e a inovar o negócio de cada um, “criando novos serviços e produtos, modernizando os nossos espaços e formando o capital humano”.
Paulo Agostinho aproveitou também a presença do vereador Hugo Oliveira para destacar o papel da Câmara Municipal na qualidade do espaço envolvente. O autarca aproveitou para referir que as Caldas passou por uma fase difícil, com a realização das obras da regeneração urbana, mas que agora a situação está a mudar e “já se sente que começam a abrir mais espaços comerciais, o que significa que está a resultar aquilo que fizemos”.
Para o vereador, agora já faz mais sentido promover o comércio da cidade, uma vez que durante a realização das obras “não era tão atractivo trazer as pessoas às Caldas”, ao mesmo tempo que se deve apostar num plano de animação da cidade.
Hugo Oliveira elogiou a iniciativa da ACCCRO por ter organizado oportunamente esta sessão, para transmitir aos comerciantes a possibilidade de poderem obter incentivos para os seus espaços comerciais. “Estamos num momento de viragem”, destacou, acreditando que, com a colaboração de todos, Caldas da Rainha poderá voltar a estar no mapa ao nível turístico.
O presidente da União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório, Vítor Marques, mostrou-se satisfeito por receber aquele evento, lançando um apelo para que os comerciantes e outras entidades se juntem “num trabalho em prol da nossa cidade”. Vítor Marques também é comerciante e considera que houve muitas oportunidades perdidas nos últimos anos neste sector.






























