A fachada e a entrada do Concha Hotel foi forrada a cortiça, que para além do efeito estético melhorou o isolamento térmico e acústico do edifício | D.R.A fachada e a entrada do Concha Hotel foi forrada a cortiça, que para além do efeito estético melhorou o isolamento térmico e acústico do edifício | D.R.
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A antiga Pensão Concha Residencial, em São Martinho, fechada desde 2010, foi transformada num hotel de três estrelas que abriu no passado dia 8 de Abril. O Concha Hotel é um investimento de 1 milhão de euros que aumenta em 30 quartos a oferta hoteleira junto à baía de São Martinho.
O Concha Hotel, situado no Largo Vitorino Fróis, é um projecto da empresa Baía dos Terraços Empreendimentos Turísticos, Unipessoal Lda., de Luísa Santos. É composto por 30 quartos de várias tipologias, incluindo apartamentos T1 e T2 e uma suite adaptada a pessoas com mobilidade reduzida.
Natural de Turquel e com interesses no sector frutícola, Luísa Santos iniciou a sua ligação ao sector do turismo com uma empresa de promoção turística constituída em 2009, a Lux Invicta – Cultura e Património, Lda.
Ter um hotel não estava nos planos da empresária, mas quando soube que o edifício da antiga pensão ia a leilão, há cerca de dois anos, viu uma oportunidade. “Gosto muito de São Martinho desde que adquiri aqui casa e decidi abraçar este projecto, do qual tenho muito orgulho”, contou à Gazeta das Caldas.
As obras foram iniciadas em Fevereiro do ano passado e acabaram por se estender por mais tempo que o previsto. “Quando começámos a mexer encontrámos problemas. Do edifício antigo só ficou mesmo o esqueleto, é como se fosse um edifício novo”, observa Luísa Santos.
O projecto inicial previa um investimento de 700 mil euros, financiado em 525 mil euros com fundos comunitários, no âmbito da reconversão de pensão para hotel. A verba subsidiada é um empréstimo a 10 anos sem juros e o restante são capitais próprios. No entanto, as obras que não estavam previstas e a discrepância de preços de materiais fizeram aumentar o total investido para cerca de um milhão de euros, com o diferencial a ser coberto com recurso à banca.
Luísa Santos diz que este processo de requalificação “não é fácil porque é preciso entrar com o dinheiro à cabeça e só depois é que se recebem os fundos comunitários”, observa Luísa Santos.
A abertura da unidade hoteleira foi feita com um open day no fim-de-semana anterior à Páscoa. “Ainda falta acertar alguns pormenores da decoração, mas tinha que abrir nesta altura para preparar o verão”, refere a empresária.
A intervenção resultou num espaço moderno e acolhedor. Destacam-se elementos de decoração em cortiça, que transportam para o interior a utilização deste material na fachada do edifício. No exterior, a cortiça complementa o efeito estético com a função de melhorar o isolamento acústico e térmico.
Além dos 30 quartos, há um bar que será aberto ao público com um horário entre as 16h00 e as 24h00. A sala de pequenos-almoços e brunch tem capacidade para 50 pessoas e existe ainda uma esplanada. O hotel não terá serviço de restaurante permanente, mas serão realizados jantares temáticos de forma ocasional. Os preços por noite oscilam entre os 45 e os 350 euros.
O Concha Hotel abriu com oito colaboradores, mas até ao verão será criado mais um e na época alta os postos de trabalho sobem para os 12.
LINHA DO OESTE FORTE É FUNDAMENTAL
Luísa Santos, ao centro, abriu o seu primeiro empreendimento turístico e já tem projectado mais um. | D.R.
A experiência de Luísa Santos na área da promoção turística, na qual trabalha sobretudo com estrangeiros, diz que o sector “está mais forte, mas é sobretudo em Lisboa e Porto. Aqui precisávamos da Linha do Oeste a funcionar como deve ser”.
A zona histórica de São Martinho, onde o hotel se insere, tem uma grande carência de estacionamento, que “não conseguimos contornar, porque não há terrenos livres”, acrescenta. Por isso, um bom serviço dos caminhos de ferro seria um atractivo para os turistas estrangeiros. “As pessoas poderem vir sem carro era muito mais apelativo”, garante.
Luísa Santos tem preparado um segundo empreendimento turístico em São Martinho do Porto, numa antiga casa senhorial que adquiriu há alguns anos e que pretende converter em apartamentos. Um projecto que espera concluir dentro de um ano. J.R.