“Estamos com grandes expectativas com esta vinda para Óbidos”, diz o director da Almadesign, Rui Marcelino
A empresa Almadesign, especializada em serviços de projecto e consultadoria para todas as fases do design, com sede em Oeiras, está também instalada no ABC – Apoio de Base à Criatividade, a incubadora do Parque Tecnológico de Óbidos (PTO), desde Novembro.
A localização do escritório em Óbidos nasce, segundo Rui Marcelino, director da empresa, do facto da empresa ter negócios nesta região, nomeadamente na Marinha Grande e em Óbidos, onde está a desenvolver um projecto na área da Energia e Defesa, juntamente com as empresas Tekever, EPI e INEGI.
Em paralelo, a Almadesign, que conta já com 14 anos de existência, continua a desenvolver projectos nas suas áreas de actuação: design de transportes (aeronáutica, ferroviária, rodoviária e náutica), produtos (mobiliário, máquinas industriais e puericultura) e interiores (retail e stands).
Sobre a escolha de Óbidos, Rui Marcelino adianta que ficou bem impressionado com as explicações dadas quer pelo presidente da Câmara, quer pelo director do PTO, e que o local está dentro do enquadramento que lhes interessava. “Para uma empresa de design é importante ter uma espécie de retiro onde nos podemos encontrar e fazer algumas explorações mais profundas de projectos, e alguns deles também exigem um bocadinho de resguardo”, explicou.
Rui Marcelino diz mesmo que pensa trazer alguns dos seus clientes internacionais a conhecer a região, à semelhança do que fez quando estava no Tagus Park, levando para lá a Associação da Indústria Aeronáutica Internacional e promoveu reuniões com especialistas da Embraer (empresa brasileira de aeronáutica) e Lockheed Martin (empresa de equipamentos militares), entre outras.
O director da Almadesign destaca também o apoio prestado pelo PTO às empresas que ali estão sediadas. “Das duas ou três vezes que viemos cá percebemos que o pessoal do PTO é gente que se mexe muito e faz o que acho que um parque tecnológico deve fazer, que é dinamizar os contactos entre as empresas”, refere, acrescentando que achou mais intensa a relação de dois ou três meses em Óbidos do que a década em que estiveram instalados no Tagus Park. “Aqui [Convento de Miguel] já fizemos alguns contactos que ainda não resultaram em trabalho, mas estão a caminho disso”, disse, dando nota da entreajuda das empresas desta região, que “já não acontece em Lisboa”. A instalação da empresa não é também alheia ao facto desta região ter direito a fundos comunitários da região Mais Centro.
A empresa especializada em design, e sediada em Oeiras, conta actualmente com 11 colaboradores
Neste momento trabalham na Almadesign 11 pessoas e no escritório do Convento das Gaeiras está um colaborador da empresa. “Temos dois ou três projectos “secretos” à espera de aprovação que têm ligações muito grandes à Marinha Grande e que passam, provavelmente, por ter mais pessoas aqui”, adiantou à Gazeta das Caldas. E se esses projectos singrarem também “é provável” que venham a ter mais colaboradores. “Estamos com grandes expectativas com esta vinda para Óbidos e esperamos que para além desta aproximação ao Oeste, possa haver uma aproximação da região à nossa empresa, de modo a que possamos encontrar aqui projectos”, concluiu o empresário.
“A partir do momento em que suspenderem a Linha do Oeste é meio caminho para ela ser enterrada”
Responsável por uma empresa especializada em projectos ligados à mobilidade e um grande utilizador do comboio, Rui Marcelino considera que este é um dos melhores transportes que existe à face da terra. “Há praticamente nove anos que todas as semanas vou ao Porto de comboio, perde-se pouquíssimo tempo e durante o percurso vou sempre a trabalhar”, conta.
Apesar de não conhecer a realidade do Oeste, o responsável considera que faz todo o sentido a região ser abrangida por uma linha que parta de Lisboa e faça paragens em Torres Vedras, entre Óbidos e Caldas e depois em Leiria. “Parar nas capelinhas todas é que não faz sentido”, alerta.
Referindo-se à Linha do Oeste, Rui Marcelino antevê que “a partir do momento em que a suspenderem é meio caminho para ela ser enterrada”, o que lamenta.
Rui Marcelino é da opinião que actualmente os empresários, e as empresas, estão muito mais alerta para as vantagens do transporte ferroviário, pelo que o seu futuro faz todo o sentido. “Não imagino 45 minutos a segurar num volante. Se for para me divertir admito que sim, senão é uma perda de tempo”, afirma o empresário que considera que a mobilidade regular devia ser assegurada por um transporte como o comboio, como acontece no resto da Europa.