Beringela, ervilhas, cogumelos, batata-doce, rúcula e espinafres, foram alguns dos produtos da terra utilizados por João Reis, do 3º ano do curso de Cozinha, na Cozinha de Autor, de 15 de Março.
O jovem de 17 anos, natural de Santarém, preparou para a entrada um pastel de beringela em cama de rúcula e redução de balsâmico, seguida de um creme de ervilhas com farinheira crocante e hortelã. Para prato de peixe a proposta recaiu num salmão braseado em legumes, emulsão de soja e gengibre, que foi acompanhado por um vinho branco Quinta do Carneiro, que tem a particularidade de ser produzido no local onde esteve previsto ficar situado o aeroporto da Ota.
O prato de carne consistiu num bife Wellington (bife do lombo de vaca) sobre puré de batata doce e espinafres salteados, que foi acompanhado por um vinho tinto Caves Bonifácio, de Torres Vedras (medalha de prata no Concurso Nacional de Vinhos 2012). Para sobremesa a proposta do jovem chef foi um pudim Abade de Priscos com gelado de limão.
João Reis começou a idealizar a ementa logo que soube que tinha que preparar uma refeição, no início do ano, mas só há cerca de um mês é que começou a delinear o que fazer e a afinar todos os pormenores. Nesta refeição as maiores expectativas do jovem recaiam no bife Wellington, pela “dificuldade do prato e a preparação necessária”, mas o empenho e a colaboração dos três colegas garantiu que tudo corresse pelo melhor.
Com 25 pessoas para degustar a sua ementa, João Reis não se mostrou nervoso. “A exigência é igual, sendo para uma pessoa ou 25”, disse, destacando que o importante é ter uma boa preparação. No final, confessou que, “foi uma experiência que valeu muito a pena”, pois permitiu-lhe colocar em prática a aprendizagem feita na escola.
João Reis ingressou no curso de cozinha por influência “de casa”, mais propriamente da mãe e da avó, que “são muito boas cozinheiras e fizeram-me ganhar o gosto pela cozinha”.
A terminar o seu percurso académico nas Caldas da Rainha, pensa prosseguir os estudos para o nível 5 de Cozinha. Caso não o consiga, pondera fazer um estágio no estrangeiro, preferencialmente na Suíça ou Inglaterra.
Antes da refeição, os comensais foram recebidos no restaurante de aplicação com um welcome drink, da responsabilidade de Rafaela Pinto, que frequenta o terceiro ano de Restaurante e Bar. “Servimos um Vermute de tinto, um Ricard com água fresca e um cocktail de fruta para as pessoas que não bebem álcool, num copo decorado com coco colorido no rebordo”, explicou a jovem, natural de Sintra, que actualmente reside no Bombarral.
Esta já não é a primeira vez que assume as tarefas de chefe de bar e considera que a experiência tem corrido bem. “Vamos sempre aprendendo a fazer e a servir as bebidas da melhor forma, é bom para nós”, disse.
A garantir o bom funcionamento da sala esteve Ana Santos, que também assegurou a decoração das mesas, que desta vez consistiu num recipiente onde foi representada a bandeira francesa em flor de sal de Rio Maior.
Também Alexandre Santos, 21 anos, e escanção de serviço durante a refeição, realçou a iniciativa para ganharem prática e uma melhor preparação para o mercado de trabalho. Quando acabar os estudos pretende ser barman e sair de Portugal, em princípio para a Suíça, onde tem familiares.
Sabores franceses marcaram a semana na escola
De 11 a 15 de Março decorreu a semana gastronómica da francofonia no pólo caldense da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, incluída na Festa da Francofonia, organizada em parceria com a Alliance Francaise das Caldas da Rainha.
Gigot d’agneau aux herbes de Provence, quiche Lorraine, soupe aux moules, ou confit de canard foram alguns dos pratos apresentados, com destaque para o Coc au Vin (galo em vinho tinto), uma receita tipicamente gaulesa, confeccionada pelos alunos da escola.
No dia 13 de Março houve um encontro durante o qual 35 franceses que habitam na região provaram o Coc au Vin durante uma refeição confeccionada pelos alunos.
Também ao nível das bebidas houve uma aposta nas de origem francesa, com especial destaque para os vermutes e ricard. Como digestivo utilizaram os conhaques e armanhaques, um licor de laranja, uma aguardente de maçã (Calvados) e algumas composições de bar com base nessas bebidas.
O chef Rui Filipe destacou a importância destas actividades para os alunos, como forma de tomarem contacto com outras culturas. “Estas iniciativas acabam por lhes dar uma abertura e amplitude muito maior em termos do que pode ser desenvolvido relativamente a um tema em concreto”, concluiu.






























