O Oeste terminou o terceiro trimestre deste ano com as exportações a aumentarem 1,8% em relação ao mesmo período do ano passado, para mais de 900 milhões de euros. A agricultura e a pecuária, com subidas de 15,5%, são os principais motores deste crescimento, enquanto a indústria da maquinaria, o sector mais exportador da região, recua 10%.
Segundo dados do INE, nos primeiros nove meses do ano a venda de bens do Oeste para os mercados externos subiu 26,3 milhões de euros em relação ao mesmo período do ano passado, ultrapassando a barreira dos 900 milhões de euros.
A indústria da maquinaria mantém-se como a principal exportadora na região, responsável por mais de um quarto do comércio internacional do Oeste, e tem especial incidência nos concelhos de Torres Vedras, Caldas da Rainha e Alcobaça. No entanto, este sector sofreu uma quebra de 10,2% das exportações em relação ao período homólogo.
Este sector, no qual a Schaeffler das Caldas da Rainha tem actividade, apresenta perdas nos três concelhos neste período. Nas Caldas a quebra é de 11% no conjunto dos primeiros nove meses do ano, mas limitando a amostra aos meses de Julho, Agosto e Setembro as perdas são superiores a 35%.
A seguir à industria da maquinaria, os três mais importantes para a região são do sector alimentar e todos cresceram no período homólogo. Em conjunto, a indústria alimentar, a produção agrícola e a produção pecuária aumentaram as vendas internacionais em 31 milhões de euros. O primeiro sector cresceu 2,8%, os dois restantes subiram 15,5% cada um.
O quinto sector com maior volume de vendas para o estrangeiro é o da cerâmica, que acumula vendas para o estrangeiro muito próximas dos 57 milhões de euros. No entanto, o registo fica 10,7% aquém do verificado nos primeiros nove meses do ano passado.
CALDAS DESCE, ÓBIDOS SOBE
Se no final do primeiro semestre as exportações de bens das empresas sedeadas nas Caldas da Rainha estavam alinhadas com igual período do ano passado, três meses depois a situação piorou de forma considerável, com perdas de 10,4%. Os negócios com o estrangeiro renderam, assim, quase 11 milhões de euros a menos para o tecido empresarial caldense, para um total de 93,26 milhões de euros, baixando a fasquia dos 100 milhões.
Além da maquinaria, o concelho regista perdas em mais dois dos seus cinco principais sectores, nomeadamente a indústria química (-8%), onde actua a Promol, e a indústria alimentar (-25%). A agricultura, que era o quinto sector mais importante nas exportações do concelho há um ano, soma uma quebra de 59%. Entre os que sobem, destaque para a metalúrgica, que aumentou o comércio internacional em 8,3%, e a cerâmica, que cresceu 4,5% para superar os 3 milhões de euros, subindo assim ao top 5 no concelho. Caldas da Rainha é o quinto concelho do Oeste que mais exporta cerâmica, a seguir a Alcobaça, Alenquer, Nazaré e Torres Vedras.
Entre as subidas, destaque ainda para os produtos de celulose, que somam 2,39 milhões de euros em produção exportada, quando no ano passado as vendas eram residuais.
Para as empresas do concelho de Óbidos as vendas para o estrangeiro cresceram 16% para 8,7 milhões de euros. Todos os cinco sectores que mais exportam subiram as vendas nos primeiros nove meses do ano, são eles a produção agrícola (18,5%), a indústria alimentar (1,12%), a metalúrgica (36,5%), os plásticos e borrachas (13,8%) e o mobiliário (33,3%).
Outro concelho em destaque pela positiva é o Bombarral, cujas exportações de bens acumuladas até Setembro aumentaram 88,5%. Neste concelho as vendas para o estrangeiro eram quase em exclusivo de produção agrícola – cujos valores se mantêm idênticos em relação ao período homólogo –, mas surgem agora catapultadas pelos produtos do reino animal. Estas exportações serão da produção de pintos e ovos da Pinto Valouro na Quinta da Freiria e já ultrapassam os 20 milhões de euros, quando no mesmo período do ano passado o valor do concelho nesta actividade era zero.
Há ainda a destacar o crescimento do Cadaval no comércio externo, na ordem dos 37,5%, com grande enfoque na produção agrícola e sua indústria transformadora.
Os três concelhos mais exportadores do Oeste continuam a ser Torres Vedras, Alcobaça e Alenquer, os três mais industrializados.






























