Os agricultores cujas explorações foram afectadas pelo temporal de 19 de Janeiro poderão ver os seus prejuízos diminuídos com apoios comunitários. O secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, esteve de visita a uma exploração agrícola no concelho caldense, no dia 25 de Janeiro, e garantiu que existem verbas comunitárias, no âmbito do PRODER (Programa de Desenvolvimento Rural), que permitem compensar os produtores nos investimentos nas estruturas em 75% a fundo perdido.
O diagnóstico dos danos na região Oeste só deverá estar concluído por estes dias, mas no final da semana passada a Direcção Regional de Agricultura já estimava prejuízos superiores a três milhões de euros.
As estufas de morangos no Bouro, onde se registaram estragos superiores a um milhão de euros, foram visitadas pelo secretário de Estado da Agricultura que, além de confirmar o trabalho de diagnóstico que está a ser feito, deixou a garantia que os agricultores prejudicados com o temporal vão poder candidatar as despesas com ele relacionado para poderem ser indemnizados.
“Estamos a trabalhar numa medida do PRODER (Reposição do Potencial Produtivo) que permite compensar os produtores do investimento nas estruturas, em 75% a fundo perdido”, informou o governante, acrescentando que isso permite dar aos agricultores algum conforto para repor os estragos.
A ficha do produtor de morangos na freguesia de Salir do Porto (e não da Serra do Bouro como por lapso foi referido na edição anterior) já está no Ministério da Agricultura e José Diogo Albuquerque espera que “em três meses o produtor já tenha recebido os materiais e capacidade para regressar aos mercados”.
Esta exploração produz anualmente cerca de 900 toneladas de morangos para abastecimento de grandes superfícies e exportação para países como França e Holanda. O secretário de Estado da Agricultura fez questão de realçar que este é um exemplo do que querem para o futuro do sector: ser jovem, estar numa organização de produtores e com produção organizada e produzir para o mercado nacional e externo. “Temos que conseguir que esta gente que está a ajudar a economia do país volte rapidamente ao mercado”, defendeu.
No que respeita aos seguros agrícolas, o governo quer substituir o sistema nacional por sistemas de financiamento comunitário, à semelhança do que começou a fazer com o vinho. José Diogo Albuquerque considera que as apólices terão que ser mais abrangentes porque nem todos os agricultores têm o mesmo tipo de risco. “Sabemos que os seguros são caros, vamos tentar resolver a questão financeira e, em segundo lugar, ter mais agricultores no sistema, mais seguradoras e procurar apólices mais baratas através de uma maior universalidade”, disse o governante.
O presidente da Câmara das Caldas, Fernando Costa, fez questão de informar o governante que apesar da exploração do Bouro ter sido a que teve maiores prejuízos, há mais 30 explorações com estragos previstos de 700 mil euros no concelho. “Acabou a indústria cerâmica, mas felizmente que estão a aparecer estas indústrias, pelo que peço ajuda à população para a sua manutenção, e é simples, basta consumir fruta portuguesa”, apelou o autarca.
Também presente nesta visita, a terceira que fez à exploração desde a intempérie, o director regional de Agricultura, Nuno Russo, estimou que no Oeste os prejuízos ascendam aos seis milhões de euros. O relatório de danos só está concluído esta semana, mas no final da semana passada tinham informação de cerca de 35 produtores com uma área de 140 hectares, com uma estimativa de prejuízos superior a três milhões de euros.
No Oeste os concelhos mais afectados foram os das Caldas da Rainha e Torres Vedras, à semelhança do que aconteceu com a intempérie em 2009. “São essencialmente produções em estufa, com morangos e outros frutos silvestres e também plantas aromáticas”, especificou o director regional.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt
Deputados do PSD querem apoio célere
Os deputados do PSD querem rapidez no apoio financeiro para as explorações agrícolas afectadas pelo mau tempo. Num requerimento entregue na Assembleia da República, os deputados sociais-democratas na Comissão de Agricultura, questionam o secretário de Estado, José Diogo Albuquerque, se o Governo, através do accionista Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas, pretende “recomendar à Agrogarante – Sociedade de Garantia Mútua, uma maior agilização e eficiência na análise dos processos de financiamento às empresas, nomeadamente às detentoras de explorações fustigadas pela recente intempérie”.
Os 11 deputados que assinam o requerimento lembram que na região de Leiria e das Caldas da Rainha o sector agrícola foi “bastante fustigado pelo mau tempo e, atempadamente, o governo mobilizou os meios das respectivas direcções regionais de Agricultura e anunciou a possibilidade de recorrer ao programa PRODER”.
F.F.
































