Agentes de navegação reuniram-se em frente ao mar na Praia D’el Rey

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Notícias das CaldasA Associação dos Agentes de Navegação de Portugal (AGEPOR) realizou o seu oitavo congresso na passada sexta-feira no hotel Marriott da Praia D’el Rey (Óbidos), juntando 140 pessoas, das quais 97 acabaram por ficar alojadas naquela unidade hoteleira.
“A nossa escolha incidiu sobre este local porque estamos mais ou menos no centro do país e com bons acessos rodoviários e depois porque temos o mar em frente e a nossa actividade tem tudo a ver com o mar”, disse à Gazeta das Caldas, Belmar da Costa, director geral da AGEPOR.
Sobre a ideia antiga de fazer um porto de águas profundas em Peniche, o director-geral da AGEPOR diz que, tendo em conta o plano estratégico existente para o sector, que contempla novos terminais em Sines, Leixões e Lisboa (Trafaria), esse projecto é algo que fica, para já, afastado para as próximas décadas.
“Mas penso que Peniche encontrou um vocação muito grande nos desportos náuticos, sobretudo no surf e em outras actividades do mar, onde claramente consegue fazer a diferença”, acrescentou.

Esta associação é formada por 85 agentes de navegação, que são os representantes dos armadores nos portos. Os seus membros, devido à forte relação com o tráfego portuário apercebem-se melhor do que noutros sectores da evolução futura da economia do país.
“Nós conseguimos sempre antecipar o comportamento do comércio externo e conseguimos antecipar quando as exportações começaram a crescer. É claro que isso só não basta, mas é um indício de que poderá haver luz ao fundo do túnel no que diz respeito à crise”, disse o mesmo responsável, apesar de, recentemente, o INE ter divulgado que as exportações decresceram nos últimos dois meses.
Até agora todos os congressos destes profissionais se realizaram em cidades portuárias, mas, curiosamente, esta foi a primeira vez que reuniram num local com vista para o mar, precisamente na sala Berlengas (e com vista para aquela ilha) do hotel.
O evento contou com a participação de António Nogueira Leite, que fez uma dissertação sobre a economia portuguesa, muito baseada numa visão da mesma através da actividade bancária, e foi encerrado pelo secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro.
Na sua intervenção, o governante fez a defesa das políticas do governo, afirmando, tal como o primeiro-ministro, que não há outro caminho a seguir. “Não devemos vender aos portugueses a ilusão de uma saída fácil”, disse, acrescentando que é necessário baixar salários, pensões e juros a fim de reduzir a dívida pública.
Nesse mesmo dia Sérgio Monteiro tinha assinado o acordo de revisão das PPP com algumas concessionárias de auto-estradas, que permitiram poupar 258 milhões de euros ao erário público, sendo sua convicção que, após as negociações com as restantes concessionárias, esse montante – de resto, já está inscrito no Orçamento de Estado – chegará aos 300 milhões de euros. C.C.

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