Na II Feira das Actividades Económicas do Landal participaram, segundo a organização, perto de 70 empresas, mais 25 que no último ano. Das frutas e hortícolas ao granito, passando pelos bolos (incluindo o pão de ló) e doces, azeite, vinho, roupa e, claro, codornizes. Nesta freguesia e arredores há também oficinas de mecânica, um supermercado, uma farmácia, um restaurante e empresas de manutenção de jardins, limpezas, restauração de mobiliário e empalhamento.
Gazeta das Caldas partiu à descoberta da economia do Landal, na II Feira das Actividades Económicas do centro de desenvolvimento comunitário local. Além do peso económico e social do sector agropecuário, pela avicultura (não só pelas codornizes, como pelos frangos), suinicultura e pelo lado agrícola, descobrimos várias empresas em diferentes momentos de afirmação.
A Amivatio é uma empresa que se dedica à importação e venda de produtos da marca Kent Europe. Tratam-se de colas, solventes, lubrificantes, abrasivos, papel de manutenção e limpeza, entre outros produtos, que não são vendidos ao público em geral, mas sim a empresas. Também revende ferramentas manuais e pneumáticas.
Localiza-se nos Amiais e foi criada há 10 anos. Naquele lugar tem os escritórios e armazéns.
No último ano a empresa teve uma facturação a rondar os 2 milhões de euros sendo que “todos os anos as vendas têm vindo a subir”, conforme explicou Nelson Henriques (fundador da empresa). Emprega 22 pessoas a tempo inteiro, na maioria vendedores espalhados de Norte a Sul do país e Açores.
Vendem para diferentes áreas de negócio, como as indústrias alimentares e náuticas, mas os principais clientes são as oficinas de mecânica.
No futuro pretendem cobrir a totalidade do território nacional. “Neste momento a nossa cobertura deve rondar os 60%”, contou Nelson Henriques.
QUERIDO, MUDEI A CASA
Outro empresário com quem falamos é Armando Conde, de Santa Susana (A-dos Francos), um remodelador que trabalhou até há um ano por conta de outrem. Nessa altura investiu 4000 euros na sua primeira aposta empresarial e tornou-se um dos rostos da empresa “Querido, Mudei a Casa” em Santarém.
Esta empresa faz desde a mais pequena reparação (como mudar umas torneiras) à mais completa remodelação. “Os clientes dizem o que querem, nós apresentamos um projecto. Se for aprovado, dão-nos a chave e no fim do trabalho devolvemos com tudo feito”, explicou.
Os clientes são tanto profissionais (cafés e lojas, por exemplo) como particulares (apartamentos ou vivendas).
Abriu este franchising a 1 de Agosto de 2015 e conseguiu, num ano, um volume de negócio entre os 75 e os 100 mil euros, valores que, conforme o próprio afirmou, “são para bater em pouco tempo este ano”.
A maior obra que realizou até agora foi uma remodelação geral de uma vivenda que custou 47 mil euros e a mais barata foi trocar as torneiras de uma habitação, no valor de 100 euros.
Armando Conde expandiu recentemente a sua área de abrangência para as Caldas. “A marca é nacional e é muito conhecida pois está ligada à televisão”, disse, elogiando o papel da decoradora e da equipa que consigo trabalha: “se não fossem eles não tinha chegado aqui”.
Actualmente emprega oito pessoas: quatro nas obras e quatro numa empresa de limpeza, que abriu três meses após o franchising.
UMA MARCA DE ROUPA
A começar um projecto na área do Design está o jovem Marcelo Gomes, que lançou a sua própria marca de roupa. Marcelo fez um CET de Ilustração Gráfica na ESAD e, depois de um período no estrangeiro, voltou a Portugal em 2015 para lançar a Scumbag (uma marca que registou no IMPI). Tem desenhos para roupa masculina, feminina e de criança.
Uma das suas t-shirts tem impressa uma paisagem do Landal em que alterou o sinal de proibição pelo logótipo da marca. As suas roupas são 100% portuguesas: o design é criado pelo jovem dos Casais da Serra, a produção e impressão da roupa é feita no Norte.
O jovem trabalha numa fábrica e investe o seu ordenado na sua marca.
ECONOMIA, CULTURA E LAZER
A II Feira das Actividades Económicas do Centro de Desenvolvimento Comunitário do Landal contou, segundo o director, José Manuel Paz, com mais 25 expositores que no último ano, chegando perto dos 70.
O organizador do certame revelou que faltou espaço para tantos interessados e que a feira tem tido o condão de surpreender: é que há muito mais economia além da agropecuária.
O facto de serem dois dias, em vez de um, permitiu que recebessem mais visitantes do que em 2015. A maioria dos quais era proveniente de Caldas, Rio Maior e Cadaval.
“Numa freguesia como esta, a feira de actividades económicas tem um papel importante para abrir horizontes aos empresários e para lhes dar uma perspectiva de futuro”, referiu. Por outro lado, “é uma forma de combater a desertificação das freguesias”.
O CDCL conta actualmente com 42 utentes no Serviço de Apoio Domiciliário, dos quais 21 em ADI (Apoio Domiciliário Integrado). O Centro de Convívio recebe diariamente cerca de 20 pessoas. Além disso a IPSS tem também o Museu Rural, a Loja Social e o Balcão de Acolhimento (que inclui os serviços de correios, multibanco e papelaria). Este balcão, bem como a horta, trabalham “para a sustentabilidade do centro”.
Em construção está um prédio para albergar toda a área social.
Integrado na feira, este ano realizou-se também o primeiro encontro de motorizadas clássicas, que contou com 54 motards. A comitiva, que era composta por exemplares das antigas Zundapp, Macal, Casal, Sachs e Honda, mas também das mais modernas motas Piaggio, KTM, Keeway, BMW ou Yamaha, saiu dos Rostos em direcção às Caldas passou pela Praça da Fruta e pelo largo da Câmara, seguiu até à Foz e, pela estrada atlântica, até São Martinho do Porto. Passaram por Tornada, seguiram para São Gregório e de A-dos-Francos de volta para o Landal.


































