“A região Oeste deve merecer a atenção estratégica correspondente ao papel fundamental que desempenha”

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O ministro remeteu a continuação da modernização da linha do Oeste e a construção do IC11 entre Peniche e Torres Vedras para os PNI 2030

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, quer encolher as distâncias na faixa litoral entre Lisboa e o Porto, onde se concentra mais de três quartos da população portuguesa. E diz que a região Oeste deve merecer a “atenção estratégica” que lhe corresponde.
Numa curta entrevista, dada por escrito, à Gazeta das Caldas, o governante assegura que a modernização da linha do Oeste é para avançar até às Caldas, mas não se compromete com a parte restante.

GAZETA DAS CALDAS – O governo anunciou a modernização de metade da linha do Oeste (Meleças – Caldas da Rainha) e lançou, com dois anos de atraso, o concurso púbico para o troço Meleças – Torres Vedras. Que garantias pode dar de que haverá uma segunda empreitada entre Torres e Caldas?
PEDRO NUNO SANTOS – O projecto de modernização de Meleças a Caldas da Rainha está desenhado como um único e financiado na totalidade. Decidiu-se dividir em duas empreitadas apenas por questões de natureza técnica, sendo a primeira empreitada (Meleças – Torres Vedras) de maior complexidade e valor mais elevado. Mas ambas ficarão concluídas em simultâneo.
O concurso para a segunda empreitada será, entretanto, lançado, aguardando-se autorização e publicação de portaria para se proceder ao anúncio do lançamento da empreitada.

GC – Defende a criação de uma grande metrópole entre Lisboa e o Porto. Até que ponto a região Oeste fará parte integrante dessa metrópole? Qual o papel da linha do Oeste nesse propósito?
PNS – É no eixo litoral Lisboa – Porto que se concentra mais de três quatros da população portuguesa e onde se encontram alguns dos polos de maior densidade e dinamismo económico. O país ganharia se as ligações entre esses polos permitissem que as pessoas circulassem entre eles com rapidez e conforto, reduzindo significativamente a distância física e o tempo e a qualidade da deslocação.
Naturalmente, a região Oeste é, do ponto de vista geográfico, demográfico e económico, parte integrante desse eixo, e deve merecer a atenção estratégica correspondente ao papel fundamental que desempenha.

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GC – A prossecução da modernização desta via férrea a norte das Caldas é mesmo para avançar ou ficará uma “ilha” não eletrificada entre Caldas da Rainha e o Louriçal?
PNS – O PNI 2030 está em fase de definição e este é um dos projetos que faz parte do documento que saiu do Parlamento para avaliação agora do Governo. O PNI 2030 tem 4 mil milhões de euros para a ferrovia e a “Eletrificação e instalação de sistemas de sinalização e telecomunicações no troço Caldas da Rainha-Louriçal da linha do Oeste”, incluída no “Programa de Electrificação e Reforço da Rede Ferroviária Nacional” é um dos que se encontra em cima da mesa para essa análise conjunta.

GC – A Força Aérea nunca se opôs à abertura do aeroporto de Monte Real para voos comerciais. Qual a importância que atribui a esse desejo por parte da região Centro, norte da região Oeste e Santuário de Fátima?
PNS – Monte Real é uma base muito importante da Força Aérea, mas a coexistência de voos civis e voos militares não é impossível. O Governo, bem como a Força Aérea, já se disponibilizou para cooperar na procura de uma solução para este desígnio da Região Centro.

GC – A construção do IC11 para ligar Peniche a Torres Vedras e Carregado é uma velha aspiração da região Oeste. Admite que tal projeto possa integrar o PNI 2030?
PNS – Como já expliquei, o PNI2030 encontra-se em fase de definição e ainda é cedo para dizermos que projetos vão ficar aí integrados em definitivo. De qualquer forma, o que posso dizer é que na proposta do PNI2030 existente está inscrita a primeira fase do IC11, incluído no “Programa de Construção de Missing Links”.

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