“A CP é que tem de ver se a linha do Oeste é rentável ou não”, diz o presidente da Refer

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Numa breve entrevista à Gazeta das Caldas, o recém empossado presidente da Refer, Rui Loureiro, diz que a linha do Oeste só é importante entre Lisboa e Caldas da Rainha e emaranha-se em contradições sobre a alegada impossibilidade de o seu tráfego coexistir com a linha de Sintra. Mas quanto ao seu eventual encerramento, diz que não é com ele, mas sim com o operador (a CP) que terá de dizer se a linha é rentável ou não.

GAZETA DAS CALDAS – Qual a sua visão sobre a linha do Oeste?
RUI LOUREIRO – Eu tenho uma opinião desde há muitos anos sobre a linha do Oeste, que não é propriamente a opinião dos operadores. Eu tenho para mim que a linha do Oeste poderia servir para revitalizar aquela zona. Tenho esta opinião há 15 anos. Provavelmente a renovação da via a partir das Caldas seria difícil por causa da desertificação que há ali naquela zona que, aparentemente, não permite ter tráfego para a sustentação do comboio. Mas acho que pelo menos até às Caldas seria de pô-la a funcionar como deve de ser, aumentar-lhe a cadência, dar-lhe melhor qualidade. Mas tem um problema: que é a forma como encaixa na malha de Lisboa. Ao chegar ao Cacém encaixa na linha de Sintra, o que obriga as pessoas a mudarem…

GC – Não necessariamente. Nada obriga a que os passageiros tenham de mudar. Pode haver continuidade. Os comboios do Oeste podem prosseguir para Lisboa.
RL – Mas iria carregar muito a linha de Sintra.

GC -Desculpe, mas a linha de Sintra acabou de ser quadriplicada há poucas semanas até ao Cacém.

RL – Sim, sim, mas ainda assim está cheia.

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GC -Está?
RL – Sim, a CP tem muitos comboios para aquela linha. Este cenário está, porém, a mudar pela diminuição do tráfego de passageiros motivado pela conjuntura actual.
O meu plano de há muitos anos, de quando havia dinheiro [risos] era estender o metro desde a Amadora a passar pelo Hospital Amadora-Sintra até ao Cacém. E portanto a descarga da linha do Oeste far-se-ia no Cacém.

GC – Mas está a falar de uma rede de metro paralela à linha de Sintra e ao IC19.
RL – Paralela ao IC19, sim, mas não à linha de Sintra porque o objectivo seria servir o Hospital Amadora Sintra. Isto é, aliás, um projecto de há muitos anos da Câmara Municipal da Amadora. Claro que isto agora não é possível. É um desejo. Existem planos de electrificação e reperfilamento da linha do Oeste. É minha opinião que se deveriam conseguir chegar a esses planos e isso sim será objecto de uma proposta.

GC – Não pode adiantar qual é essa proposta?
R – Não. Mas será para manter a linha, como é óbvio.

GC – Sem encerramento a norte das Caldas?

RL – Nós não fazemos esse tipo de propostas. Nós não somos operadores e portanto o operador é que tem de ver se é rentável ou não.

Carlos Cipriano
cc@gazetadascaldas.pt

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1 COMENTÁRIO

  1. Depois de se ler a intervista feita ao sr.Rui Loureiro so se pode concluir que o mesmo esta no lugar errado e nao tem capacidade para exercer aquele cargo, na medida em que em vez de ter solucoes so apresentava dificuldades e remetia algumas questoes a CP.Mais apetece dizer que para substituicao de Rui Loureiro seja nomeado Carlos Cipriano que com as questoes que colocou demonstrou haverem melhores solocoes para a linha do Oeste e que tinha muito mais conhecimento nesta materia…mais parecia ser o presidente da Refer.