~ Stéphane Fouqué instalou-se na região em 2002. Os seus dois filhos nasceram em Portugal e estudam nas Caldas
O E. Leclerc das Caldas da Rainha aproveitou a recente polémica em torno da venda de participações do maior accionista da Jerónimo Martins (grupo que detém os supermercados Pingo Doce) à subsidiária da empresa na Holanda, para relembrar os seus clientes que tem sede nas Caldas da Rainha. “Ao pagar o IRC no concelho das Caldas da Rainha, contribui fiscalmente com o pagamento de impostos como a derrama”, refere um cartaz colocado na entrada desta grande superfície.
Este hipermercado, inaugurado em 2002, é propriedade de Stéphane Fouqué, um francês de 46 anos que está em Portugal desde 1996, casado e com dois filhos (de oito e 11 anos), que estudam no colégio Rainha D. Leonor. “Moro em Óbidos, mas a minha vida diária é feita nas Caldas”, contou à Gazeta das Caldas.
“Sou francês e tenho sotaque francês, mas quis demonstrar com este comunicado quem é que ajuda Portugal”, explicou Stéphane Fouqué. “Os outros podem fazer muita publicidade na televisão, mas o nosso lucro fica em Portugal e não para investir noutros países”.As lojas são aderentes do grupo E. Leclerc, mas funcionam autonomamente. Não há por isso lugar a nenhum pagamento de franquia, como acontece num contrato de franchising. “Só tenho um contrato escrito com três condições obrigatórias: sermos o mais barato da zona, distribuir 25% do lucro aos funcionários e formar pessoas a tornarem-se também aderentes do grupo”, explicou Stéphane Fouqué.
“Ao pagar o IRC no concelho das Caldas da Rainha, contribui fiscalmente com o pagamento de impostos como a derrama”, refere um cartaz colocado na entrada desta grande superfície.
Na inauguração do hipermercado, o filho do fundador do grupo, Michel Leclerc, destacou que os centros Leclerc em Portugal são portugueses e que ninguém é obrigado a transferir os lucros para fora do país. “Os franceses dão uma ajuda, mas as lojas são autónomas”, afirmou.
Em toda a Europa já existem centenas de centros do grupo. O objectivo da sua criação foi a de permitir que simples comerciantes pudessem competir com as grandes cadeias, através de compras e publicidade conjunta. “O nosso lema é a união faz a força”, explicou, então, Michel Leclerc.
O grupo tem uma central de compras nacional, que funciona em Oliveira do Bairro, mas o E. Leclerc da Caldas tem também fornecedores locais, principalmente ao nível dos produtos agrícolas e doçaria regional. Algumas dessas empresas da região acabaram por se tornarem fornecedoras da central de compras nacional, como é o caso das Rações Avenal. “De França só importamos produtos tipicamente franceses”, referiu Stéphane Fouqué.
Segundo o proprietário da loja, desde 2009 que se sentiu uma quebra nas vendas, mas acredita que estão a recuperar dos efeitos da crise financeira e do aumento da concorrência na região. “Penso que fomos dos primeiros a sentir o impacto e acho que seremos os primeiros a sair da crise”, comentou, explicando o aumento de vendas com as obras de remodelação do hipermercado e a substituição de alguns dos responsáveis de cada sector.
O E. Leclerc tem cerca de 80 funcionários, dos quais cerca de 20% são de cargos de chefia porque como são uma loja independente precisam de responsáveis por cada sector. “Só estão a receber o ordenado mínimo os que trabalham há pouco tempo na empresa”, disse.
Stéphane Fouqué não quis revelar o volume de negócios da empresa e também não disse quando foi o último ano em que houve lucro suficiente para pagar derrama. “A situação financeira é estável, mas continua a ser complicado”, afirmou.