Foi anunciada na última Assembleia de Freguesia da União de Freguesias de Nª Srª do Pópulo, Coto e S. Gregório e entretanto trazida a público pela Gazeta das Caldas, a necessidade de recuperação ou reconstrução, do muro que delimita a Mata Rainha D. Leonor a nascente, em virtude do seu estado de degradação, que é visível para qualquer transeunte.
Mas foi também anunciada a necessidade de alargamento da rua que o contorna, estando em estudo a possibilidade de se efetuar, com o recuo do muro em alguns metros, para o interior da Mata, o que obriga ao abate de 76 árvores, algumas delas de “espécies classificadas”, assim como outro tipo de vegetação, sendo que essa solução carece de autorização da Direção Geral do Património Cultural.
O CDS-PP, concorda com a necessidade de reparação, ou reconstrução do muro em questão.
No entanto, carece de explicação e debate, a necessidade de alargamento do arruamento em causa. Não se entende por que razão repentinamente se coloca esta questão, uma vez que nada mudou do ponto de vista urbanístico, que o justifique.
Desde logo, porque estamos a tratar de uma área sensível do ponto de vista ambiental, em cujo subsolo se localizam os aquíferos da água termal.
Por outro lado, não concordamos em nenhuma circunstância, que as vias rodoviárias da cidade sejam motivo de alterações de forma isolada e casuística, sem que exista um plano integrado de circulação automóvel. Como tal, aquela rua ou outra qualquer, só deve ser motivo de alterações, se um plano global de circulação e mobilidade da cidade, assim o justificar. Ora, todos sabemos que esse plano não existe. Como tal, somos contra este suposto alargamento.
Entendemos que essa necessidade, ou não, deve ser motivo de debate público.
Mas muito mais grave, é a colocação da mera possibilidade que seja, de alguma vez esse hipotético alargamento ser feito à custa do abate de árvores, onde estão incluídas “espécies classificadas” da Mata Rainha D. Leonor, património ambiental de vital importância para a cidade.
Fica claro e público, que o CDS-PP considera essa possibilidade, além de uma insensibilidade assustadora, uma aberrante leviandade e um verdadeiro atentado ambiental, que nos recusamos a aceitar.
Não foi para isto que defendemos e apoiámos a cedência do património termal, do Estado à Câmara Municipal, pelo contrário, foi porque entendíamos que o Município seria melhor defensor desse mesmo património.
Hoje é o abate de árvores, amanhã o que será que nos espera?
Por outro lado, não se entende que seja a Junta de Freguesia a tratar de uma matéria tão sensível e não a Câmara Municipal, que desta forma tenta furtar-se às suas responsabilidades de entidade responsável. Uma coisa é o acto de manutenção por delegação de competências, outra totalmente distinta, são alterações que descaracterizam o património, fazendo recair sobre a Junta de Freguesia responsabilidades, que em nossa opinião não lhe competem.
Por último, mesmo que por absurda e aberrante hipótese, a Direção Geral do Património Cultural viesse a autorizar tamanha atrocidade, os Caldenses não podem deixar de ser ouvidos em matéria tão sensível e relevante.
Vamos ficar atentos ao desenvolvimento deste processo.
A Comissão Política do CDS-PP de Caldas da Rainha
































