Paulo Sellmeyer é o director criativo da empresa Vícara que tem agora uma zona de exposição para os produtos de design

Foi inaugurada, a 31 de Julho, a galeria da empresa de design Vícara, cuja sede se situa nos Silos. A firma, que se dedica a promover autores e design português, criou uma nova área de exposição que também funciona como showroom da marca. Por causa da pandemia, a inauguração também foi condicionada. Peças de vários artistas encontram-se em exposição

Abriu a 31 de Julho a nova galeria da Vícara,empresa sediada nos Silos e que trabalha com designers e produtores locais. “Quisémos criar um espaço de galeria para apresentar os projectos dos autores tal como fazemos nos certames internacionais”, disse o director criativo da marca, Paulo Sellmayer.
A Vícara dedica-se ao design luso desde 2011, integrando feiras do sector em todo o mundo onde comercializa as peças de autores nacionais. “Levamos também mais longe o nome da cidade das Caldas”, acrescentou o designer, dando a conhecer que a maioria dos profissionais com quem trabalham actualmente estão a viver na cidade termal.
“Temos uma componente comercial forte mas a nossa génese é cultural”, referiu o responsável, que quer dar a conhecer as obras ao público português que visite a sede da Vícara.

Exposições de autor em Setembro

Nesta primeira mostra podem ser apreciadas peças criadas para a Vícara de artistas como Samuel Reis – que tem obras em vidro e em madeira queimada -, de cerâmica de Vítor Agostinho e feitas em cimento da autoria de Jorge Carreira. Eneida Tavares está representada com peças onde une a cerâmica a elementos naturais. A partir de Setembro, haverá novas exposições dedicadas a destacar a obra dos diferentes autores. A mostra apresenta novidades que aliam o design à tradição cerâmica e que fazem parte da colecção Tasco. São peças em barro vermelho de table ware que serão dadas a conhecer, em breve, num evento de design que terá lugar em Londres.
A Vícara também integra a Associação Design Ofícios e Cultura, que, em breve, vai abrir um novo espaço colaborativo nos Silos. Por causa da pandemia, a inauguração da galeria teve condicionamentos, com as pessoas a aguardar em fila para poder entrar no espaço. Segundo Paulo Sellmayer, este facto está a mudar a forma como nos relacionamos e como são pensados os eventos.

Design pode aliar-se à protecção ambiental das zonas costeiras

- publicidade -

Paulo Sellmayer defendeu, recentemente, o seu mestrado em Design de Produto, na ESAD. A sua tese espelha preocupação ambiental com as zonas costeiras. “A própria areia acaba por permitir um diagnóstico, ser um espelho do mar”, referiu o designer que desenvolveu um conjunto de brinquedos pedagógicos feitos a partir de técnicas de manufactura antigas, como a latoaria, para as produzir.
”Fomos tão à frente com o plástico que agora é altura de recuar”, disse o designer que também criou um grupo de camaroeiros, usados para apanhar o lixo nas praias. Este é um trabalho em que o designer participa com a Brigada do Mar, grupo que em 11 anos já retirou 800 toneladas de lixo da costa portuguesa. As propostas de Sellmayer aliam técnicas antigas ao activismo ambiental, poderiam ser produzidas em parcerias com marcas ligadas ao ambiente.

Estado adquiriu obras a artistas que se formaram na ESAD

O Estado português fez aquisições recentes de arte contemporânea a 57 artistas nacionais (incluem-se três duplas de autores), alguns dos quais com formação na ESAD.
A colecção de arte contemporânea do Estado Português conta agora com mais 65 obras que foram adquiridas aos autores Cecília Costa, Tiago Baptista, Hugo Canoilas (que vive e trabalha em Viena, na Áustria), Nuno Sousa Vieira, Pedro Barateiro (esteve presente nas Bienais de S. Paulo e de Sidney, além de ter sido finalista do Prémio EDP Novos Artistas) e de Carlos Correia (recentemente falecido). A primeira artista, além de caldense e formada na ESAD em Artes Plásticas, tem também formação em Matemática e é presença habitual em eventos internacionais como a Bienal de Sidney, na Austrália e em várias iniciativas nacionais, como as Mostras de Lisboa. Cecília Costa fez também parte dos concursos destinados a Jovens Criadores. O trabalho desta artista caldense encontra-se representado nas colecções da Fundação PLMJ, Fundação Leal Rios e também integra o acervo do Museu Gulbenkian – Colecção Moderna.
Entre as aquisições do governo a artistas da ESAD soma-se também um conjunto de seis pinturas de João Gabriel. O artista, formou-se na escola nos últimos anos e manteve-se a trabalhar na cidade termal, dado que escolheu estabelecer o seu atelier de trabalho, no Centro de Artes, nas Caldas da Rainha.
João Gabriel e Tiago Baptista são ambos de Leiria, formaram-se na escola de artes e ambos foram finalistas em concursos como o Prémio EDP Novos Artistas. A maioria dos autores, formados na escola de artes caldense, possui experiência em participar em eventos internacionais e é representado por galerias em Lisboa.

Um milhão para arte contemporânea

Entre as novas aquisições, feitas este ano, está ainda uma obra da docente da ESAD, Susana Gaudêncio. A artista, formada na Faculdade de Belas Artes de Lisboa, é professora no mestrado de Artes Plásticas, na escola de artes caldense. As 65 obras agora adquiridas – e cujo investimento total foi de 500 mil euros – serão mostradas numa exposição que irá realizar-se no primeiro semestre de 2021.
As novas peças adquiridas vão juntar-se às 21 já compradas pelo Estado em 2019 e que tiveram um investimento de 300 mil euros. No total, a Colecção de Arte Contemporânea do Estado já é constituída por 1290 obras e possui curadoria de David Santos. Em 2021, o Fundo de Aquisições para as obras de arte contemporânea será reforçado com 150 mil euros. O compromisso do executivo é o de atingir o valor um milhão de euros de investimento ao longo da legislatura. O governo reactivou uma política de aquisições de obras para a Colecção de Arte do Estado que tinha sido interrompida há duas décadas. Com as novas medidas, foi retomado o investimento nos artistas portugueses e na arte nacional.

- publicidade -