As imagens de caldenses e de vários locais emblemáticos das Caldas contribuíram muito para que Vasco Trancoso, médico reformado e ex-presidente do Centro Hospitalar, ficasse em segundo lugar no “Top Autores de 2014” do Olhares, o maior site nacional dedicado à fotografia.
Os vendedores da Praça da Fruta, figuras carismáticas das Caldas ou a Lagoa de Óbidos, apanhados pela objectiva deste entusiasta da fotografia, fizeram grande sucesso ao longo do ano. Foi a primeira vez que o Olhares (www.olhares.pt), que existe desde 2003, promoveu a iniciativa Top Autores. “Este passatempo teve como principal objectivo o aumento da qualidade dos trabalhos no site e gerar mais diversidade”, explicou Ângelo Valente, um dos administradores do Olhares, à Gazeta das Caldas. Na sua opinião, a competitividade saudável gera mais qualidade, não só pelo espírito competitivo, mas também pela aprendizagem contínua que a interacção entre utilizadores potencia. Ângelo Valente diz que os principais objectivos para 2015 passam pelo crescimento do site no Brasil e noutros mercados lusófonos, e pelo estabelecimento de novas parcerias. Actualmente o Olhares, que integra o grupo Impresa, já é a maior comunidade de fotografia online do mundo em língua portuguesa, com 310 mil membros (160 mil em Portugal e 115 mil no Brasil, sendo os restantes distribuídos por países como Estados Unidos, França e Angola).
Apontamentos diários nas ruas das Caldas Vasco Trancoso apaixonou-se ainda jovem pela fotografia, mas depois de se tornar médico, na década de 70, interrompeu essa paixão. Quando se reformou, há quatro anos, voltou a dedicar-se à fotografia. Começou a publicar no Olhares em Janeiro de 2014. “Com o decorrer do tempo foram acontecendo mudanças no fotógrafo em mim”, contou. A partir de Junho passou a interessar-se mais em fotografar as pessoas, quando antes disso preferia as imagens contemplativas da Lagoa de Óbidos, por exemplo. “Passei a arriscar mergulhar mais frequentemente na selva urbana fascinado com o imprevisível. Fiquei viciado no risco e na dificuldade de descodificar sinais aparentemente ocultos e na necessidade de celeridade nas decisões e no disparar adequadamente a máquina”, relata. Criou então uma rotina diária: “percorro as ruas da cidade tentando ler, fotograficamente, nas entrelinhas do tecido social enquanto procuro ‘agarrar’ instantes irrepetíveis e significativos”. Foi este exercício exigente do dia-a-dia que o resgatou “da modorra depressiva destes tempos de reformado”. Também foi com satisfação que viu as suas fotos serem alvo de um apreço e reconhecimento crescente através do Olhares e das redes sociais. Num ano publicou quase 600 fotografias, as quais receberam cerca de 190 mil visitas. Entre os comentários, há vários testemunhos de pessoas que dizem terem ficado com vontade de visitar ou de voltar às Caldas da Rainha. Em 2015, o fotógrafo vai continuar a percorrer as ruas da
cidade, sempre de máquina na mão. Quem sabe se o leitor não será o próximo a ser retratado. Há dois projectos que pretende concretizar este ano: uma exposição com retratos dos vendedores da Praça da Fruta e outra com os melhores trabalhos de 2014. 






























