Um quotidiano de trabalho

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Os dias são passados a trabalhar. Depois da colheita na Fanadia, alguns seguem para outras zonas do país

Estes nepaleses vivem numa casa com anexos ao estilo camarata militar perto da associação local. É o patrão que lhes fornece a habitação e o facto de morarem juntos, apesar da falta de privacidade, tem as suas vantagens, como o facto de se sentirem mais em casa.
Apesar de não pagarem alojamento, a casa da empresa tem que responder a uma série de exigências impostas pelo SEF, para as quais foram necessárias obras (por exemplo, para ter quartos e casas de banhos separados para os dois sexos).
O ordenado que recebem é exactamente igual ao que receberia qualquer português. Acresce uma vantagem: a casa e as despesas de água, luz, gás, internet e televisão são gratuitas. “Não cobramos nada disso e isso fideliza-os”, diz o patrão.
O dia começa cedo como em qualquer lugar onde se trabalha no campo. Já passa das 7h00, come-se qualquer coisa, pega-se na bucha e ouve-se chegar, pontualmente, às 7h45, o motor da carrinha que dali transporta os trabalhadores para os locais onde irão trabalhar.
Uns vão para o campo, para a colheita da pêra e da maçã, num trabalho físico, mas que não tem grande ciência. É ter cuidado para apanhar a pêra com o “pé” (o pequeno tronco que a une à árvore) e colocá-la com cuidado no balde. Depois há que vazar o balde no palote (caixotes, na maioria das vezes, de plástico, que armazenam centenas de quilos de fruta) sem amassar as pêras e… dar rendimento!
As principais dificuldades são o calor, as poeiras e as arranhadelas das pereiras a mostrar que não é fácil chegar ao seu fruto. Além disso, claro, as dores corporais de um trabalho físico.
Em contraponto, trabalha-se ao ar livre e costuma imperar a boa disposição.
Outros, em contrapartida, trabalham no armazém, onde se faz o embalamento da fruta.

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