Take-away manteve muitos restaurantes a funcionar

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    Com receitas anuais que ascendem a perto dos 8 mil milhões de euros ao ano, segundo a associação PRO.VAR, a restauração nacional revela estar a sofrer actualmente perdas na ordem dos 90%.
    As regras de distanciamento social levaram ao encerramento dos espaços de restauração, o que levou a maioria dos empresários a fechar portas. O sector, que emprega no país cerca de 280 mil pessoas, procura resistir e muitos empresários mantêm as portas abertas, mas enfrenta grande dificuldades.
    Na impossibilidade de receber os clientes no interior dos estabelecimento, o serviço de take-away foi a forma que os empresários encontraram para resistir da forma possível. Mesmo assim, a procura é ainda bastante reduzida face ao funcionamento normal dos estabelecimentos, problema que se agudiza quando se fala de espaços de restauração que trabalhavam em zonas onde o turismo era o principal responsável pelas vendas.
    José Elói, responsável pelos espaços Maratona e Prontos, nas Caldas da Rainha, e Taberna Marginal, em São Martinho do Porto, diz que o resultado na sua empresa “não está a ser brilhante” e aponta a um volume de vendas que corresponde a cerca de 3% em relação ao mesmo período do ano passado. O empresário acredita que isso é fruto da falta de procura, mas também do excesso de oferta, que já era um problema antes da pandemia. “É legítimo, todos têm a sua oferta e estão a lutar pelos seus negócios”, sublinha.
    José Elói afirma que, sem a ferramenta do lay-off a suportar uma parte dos ordenados, era preferível manter as portas fechadas, uma vez que o que se factura não cobre os custos de estar em funcionamento.
    “Para nós é uma forma de escoar o que tínhamos em stock, estamos basicamente a comprar os frescos e alguma mercearia, e também de mostrar a marca e prestar um serviço às pessoas. Não é isto que salva o negócio ou que chega para pagar ordenados”, acrescenta.
    O empresário diz que o fluxo também se torna bastante incerto e diferente do que era habitual, com alguns dias com muito trabalho e outros sem trabalho.
    José Elói acredita que esta vertente de vender comida para fora vai manter-se depois desta crise passar.

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