Subida mensal do desemprego só é superada no pico da crise

O desemprego cresceu 17,8% no Oeste durante Março em relação ao mês anterior, segundo dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). No espaço de um mês, o Centro de Emprego Oeste Norte registou um aumento de 687 inscritos à procura de emprego, para um total de 4550.
Este é, nos últimos 16 anos, o segundo maior aumento do número de inscritos no espaço de um mês no Centro de Emprego que engloba os concelhos das Caldas da Rainha, Óbidos, Alcobaça, Nazaré, Bombarral, Peniche e Cadaval. O valor só foi superado pelo registo de Dezembro de 2012, quando o desemprego na região caminhava para o seu pico, que seria atingido três meses depois.
A variação relativa a Março do ano passado foi de 11,2%, para um aumento de 458 inscritos no centro de emprego. Apesar deste ser um número menos significativo do que o da variação mensal, há que referir que não se verificava um aumento homólogo tão elevado na região desde Maio de 2013 e que há 46 meses consecutivos que a variação homóloga era negativa.
O total de inscritos no Centro de Emprego Oeste Norte (4550) é também o mais elevado desde Março de 2018.
Em relação aos sete concelhos que compõem este centro de emprego, o Cadaval é o que menos sentiu no mês de Março os efeitos da crise no desemprego, com uma variação homóloga de 0% e mensal de 5,5%, os valores mais baixos. No extremo oposto encontra-se o concelho da Nazaré, que atinge a variação mensal mais elevada (34,8%), correspondente a mais 114 inscrições para um total de 442 desempregados.
A variação homóloga mais elevada é registada nas Caldas da Rainha (16,9%), para um total de 1335 pessoas à procura de emprego.
Março foi o mês em que os efeitos da pandemia se começaram a sentir em Portugal, com o registo do primeiro caso confirmado no dia 2, tendo sido decretado o estado de emergência que congelou grande parte da actividade empresarial no dia 18. Um dado que permite antecipar o agravamento do desemprego nos próximos meses.