Semana da Leitura no Agrupamento de Escolas Fernão do Pó

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O escritor Francisco Martins da Silva foi o convidado da iniciativa “Hoje há convidados” que teve lugar no passado dia 18 de março de 2014 no âmbito da Semana da Leitura do Agrupamento de Escolas Fernão do Pó.  A atividade teve lugar na Biblioteca da Escola Básica e Secundária Fernão do Pó e destinou-se aos alunos do ensino secundário. Na sua intervenção, o escritor começou por enaltecer a iniciativa, defendendo que é “importante aprender a gostar de ler, pois a leitura exercita a nossa imaginação e ajuda-nos a interpretar o mundo que nos rodeia”. “A leitura leva-nos a pensar por nós”, acrescentou.  Referindo-se a algumas estatísticas relacionadas com o livro e com a leitura, Francisco Martins da Silva sublinhou que “mais de 90% da população portuguesa nunca entrou numa livraria ao longo da sua vida”. “Há pessoas que têm orgulho em dizer que nunca leu um livro”, referiu o escritor.  Nesse sentido, considera que as novas gerações terão um papel fundamental na alteração desta situação, afirmando que “enquanto leitores interessados vocês são a esperança do país”. Embora seja formado em arquitectura, Francisco Martins da Silva confidenciou que o gosto pela leitura vem desde os tempos de criança. O autor define-se como um “leitor compulsivo”, mas sempre “do ponto de vista do escritor, ou seja, mais do que a narrativa, interessa-me a maneira como o livro está escrito ou a qualidade do vocabulário”. “As histórias giram sempre à volta da luta por amor e glória, a diferença está na maneira como a contamos”, acrescentou. Seguidamente o escritor falou do seu primeiro livro, “Kifófo Hombo (Cabra-Cega)”. Publicado em 2011, o romance começa em Angola, nos anos sessenta, com a Guerra Colonial como fundo, passa pela descolonização, e acompanha as vicissitudes dos seus protagonistas até aos dias de hoje. Respondendo a uma pergunta da plateia, Francisco Martins da Silva explicou que o “romance é usado para abordar temas que interessam ao escritor”, e neste caso o autor quis apresentar um retrato do país durante este importante período da sua história. Quando confrontado sobre os motivos que o levaram a querer publicar, o escritor explicou que tornar o seu trabalho público “é algo natural”. “Enquanto professor o meu trabalho é público e o mesmo acontecesse ao nível da arquitectura”, acrescentou. No que diz respeito a “Mar de Nuvens – Por ares poucos navegados da lusofonia”, trata-se de um romance político que nos apresenta um retrato cáustico da democracia e nos leva por uma viagem pelos países lusófonos. Questionado sobre o seu próximo livro, Francisco Martins da Silva referiu que já tem “uma ideia” do que pretende, encontrando-se neste momento na fase de pesquisa.

Agrupamento de Escolas Fernão do Pó

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