Restauração é dos sectores mais afectados pela crise, mas procura servir respostas aos impactos da Covid-19

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    A restauração, em conjunto com o alojamento, é dos sectores mais afectados pela crise provocada pela pandemia de Covid-19. O sector é dos que apresenta maior percentagem de encerramentos temporários e definitivos de empresas e em quebra de volume de negócios. A maioria dos empresários fala mesmo em perdas acima dos 75% e, sem medidas adionais, temem perder os seus negócios em dois meses. Enquanto isso, os restaurantes que se mantêm em funcionamento procuram novas formas de chegar aos clientes, com uma aposta crescente nas entregas e take-away

    O sector do alojamento e restauração é um dos que mais tem sentido os efeitos negativos da crise económica provocada pela pandemia de Covid-19, segundo o Inquérito Rápido e Excecional às Empresas – Covid-19, do Instituto Nacional de Estatísticas (INE).
    O inquérito, conduzido na semana de 13 a 17 de Abril, concluiu que cerca de 82% das empresas respondentes mantinham-se em produção ou em funcionamento, no entanto, no sector do alojamento e restauração essa percentagem era de 38%, o que indica que a maioria das empresas optaram por fechar portas de forma temporária ou mesmo definitiva.
    Ainda a nível global, 80% das empresas respondentes referiram que a pandemia implicou uma quebra no volume de negócios, 40% indicaram que as receitas caíram para menos de metade, reflectindo sobretudo a ausência de encomendas ou clientes e as restrições no contexto do estado de emergência. Perto de 30% das empresas referiram ter adaptado a sua actividade através da diversificação ou modificação da produção e 21% alteraram os canais de distribuição.
    Em relação aos sectores de actividade, o alojamento e restauração é o que mais sente a crise. Das empresas inquiridas, apenas 38% manteve actividade, enquanto todos os outros sectores têm este indicador entre os 81 e os 90%. As empresas encerradas temporariamente correspondem a 56% das inquiridas, enquanto nos restantes sectores oscila entre os 10 e os 18%. É também o sector que apresenta maior percentagem de empresas que encerraram definitivamente as suas actividades (6%), quando os outros sectores não passam de 1%.
    Já em relação à modificação da produção e da alteração dos canais de distribuição, este passa a ser dos sectores que mais tiveram que fazer adaptações. Em relação ao primeiro indicador, 8% das empresas referem ter alterado completamente, o que apenas a informática e comunicação acompanha, enquanto 16% dizem ter feito alterações parciais. Quanto aos canais de distribuição, 9% das empresas fizeram alterações totais (o comércio e outros serviços apontam a mudanças totais em 5% das empresas), e 18% parciais.
    Em relação ao impacto da pandemia na actividade, as empresas do sector do alojamento e restauração são claras. A esmagadora maioria refere que apresenta quebras (98%). O sector que mais se aproxima desta realidade é o dos transportes e armazenagem (84%), embora a crise se faça sentir em todos os sectores. Os restantes 2% das empresas apontam que a pandemia não teve impacto na facturação.
    Entre as empresas que reportaram quebras de facturação acima dos 75%, a maioria são micro empresas do setor do alojamento e restauração. Cerca de 70% das empresas deste segmento deram esta resposta, enquanto as restantes entre os 10% e os 75%.
    Em relação aos motivos para a redução da quebra de facturação, a percentagem de empresas que referiu a ausência de encomendas ou de clientes atinge os 93% no alojamento e restauração e também nos transportes e armazenagem. O sector é também o que mais se queixa dos efeitos das restrições no contexto do estado de emergência (98% das empresas) mas é dos que menos aponta problemas na cadeia de fornecimento (66%).
    De entre as empresas em actividade, ou temporariamente encerradas, o sector é o que aponta maior impacto da pandemia Covid-19 no pessoal ao serviço efetivamente a trabalhar. Cerca de 87% das empresas refere ter havido redução do pessoal. O sector que mais se aproxima é novamente o dos transportes e armazenagem, com 66% das empresas a referirem ter reduzido o pessoal. Mais de 55% das empresas revelou ter uma redução de pessoal acima dos 75%. Estas reduções verificam-se por lay-off simplificado em 91% das empresas, 5% por doença ou apoio à família, 1% por não renovação de contratos a prazo e 3% por outros motivos.
    Este é ainda o sector que afi

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