Raging Dildos, a banda caldense que faz “jazz descontraído”

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RagingDildosOs irmãos João e Catarina Branco cedo se habituaram a partilhar o gosto pela música, mas foi no Conservatório das Caldas da Rainha que conheceram Raquel Pimpão, Sabina Louro e Nádia Schilling, as três jovens que completariam os Raging Dildos, uma banda de jazz que nasceu em 2013. Se inicialmente pensaram formar o grupo apenas para concorrer a um concurso de bandas, a “brincadeira” foi ficando séria e hoje, após três anos de actuações, a banda caldense prepara o lançamento de um EP (uma gravação mais curta que um álbum) que incluirá sete temas e estará concluído ainda este ano.

“B.I. da Banda”

Banda: Raging Dildos

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 Membros: Catarina Branco

(melódica, xilofone e bateria),

João Branco (guitarra e bateria),

Nádia Schilling (voz, guitarra e contrabaixo), Raquel Pimpão (piano e contrabaixo)

Sabina Louro (piano, melódica, xilofone e contrabaixo).

 Género musical: Jazz

Maria Beatriz Raposo

mbraposo@gazetadascaldas.pt

O primeiro concerto deu-se na Escola Secundária Raul Proença, a propósito de um concurso de bandas, onde os Raging Dildos conquistaram o segundo lugar. Foi também nesta altura que João Branco se lembrou do nome “Raging Dildos”, inicialmente provisório.

 “À partida seria um nome para um projecto de uma só noite e, por isso, todos achámos piada”, explica o guitarrista. Afinal, não é muito habitual ver uma banda de jazz com uma designação tão agressiva – “Dildos Furiosos” – o que levou o grupo a ponderar uma alteração do nome, principalmente quando a banda começou a ganhar mais potencial. Acabaram por desistir da ideia, embora adoptem frequentemente versões suavizadas do nome. Por exemplo, no Caldas Nice Jazz, a banda apresentou-se como “Raging Jazz” e nas actuações em casamentos como “Raging Weddings”. João Branco esclarece que estas pequenas modificações “servem para não chocar a opinião do público, que pode não entender a brincadeira”.

No entanto, não é apenas pelo nome que os Raging Dildos marcam a diferença. Quem pesquisar sobre a banda, nomeadamente nas redes sociais, encontrará facilmente a figura de macacos, não só em cartazes de concertos, mas também como imagem principal da banda. Desta vez, o feito é de João Pombeiro, responsável pela gestão e divulgação dos Raging Dildos na internet.

 “Coleccionava várias imagens de macacos numa pasta do computador e acabei por decidir usá-las, para a banda ter alguma projecção”, explica. Além disso, acrescenta Nádia Schilling, como as formações de jazz são geralmente bastante sérias, “nós quisemos brincar um bocadinho, pois gostamos de ser mais descontraídos, assim como os macacos”.

Aliás, um dos preconceitos mais comuns relativamente aos músicos de jazz é o público considerá-los “músicos superiores, o que leva frequentemente a um afastamento durante os concertos”, completa João Branco. Isto acontece porque a maioria tem formação musical, o que nem sempre se verifica noutros géneros musicais, como o rock ou o pop. Perante este estigma, os Raging Dildos preferem adoptar uma postura essencialmente descontraída em palco, sem grandes formalidades.

Os cinco músicos caldenses não fogem à regra e também eles têm formação musical, ferramenta que consideram bastante importante para o bom funcionamento da banda.

 “Como temos formação em música, partilhamos a mesma linguagem e assim que surge um problema com o som, facilmente é resolvido”, afirma a baterista Catarina Branco.

Uma das grandes surpresas para a banda caldense foi a reacção do público ao longo dos vários concertos. Já actuaram em duas edições do Caldas Late Night, em bares, clubes de golfe, festas privadas, casamentos e na ESAD e sempre tiveram bastante público, muitas vezes “casa cheia”, segundo a vocalista, motivo que os levou a gravar o primeiro trabalho.

“Achámos que fazia sentido materializar estes três anos, até porque muita gente já nos pediu para ouvir músicas e não temos nada disponível online”, refere Nádia Schilling à Gazeta das Caldas. Do EP farão parte interpretações de versões conhecidas de jazz e temas originais dos Raging Dildos, até porque praticamente todos os membros compuseram pelo menos uma música. 

João Branco é um sucesso do Youtube

Antes de integrar os Raging Dildos, João Branco era já conhecido pelos amigos como uma “vedeta do youtube”. Depois de desistir da licenciatura em Ciências Musicais, o guitarrista decidiu iniciar um projecto de “covers” de música electrónica, tocados em guitarra eléctrica. O actual estudante de Som e Imagem tem cerca de 159 mil subscritores no seu canal – “Fracionado” – e ainda milhões de visualizações nos vídeos que publica naquele que é o site de vídeos mais popular do mundo, o youtube.  B.R.

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