As consequências da crise são bem diferentes de sector para sector económico. Enquanto o alimentar se debate para fazer face à procura, aos custos acrescidos, devido às medidas de segurança, o não alimentar sofre com a falta de encomendas. O que todas as empresas têm em comum é a mudança de rotinas para minimizar os riscos de contágio
As empresas cuja actividade está ligada, directa ou indirectamente, ao sector alimentar são as que menos estão a sentir problemas de procura, mas mesmo assim têm consequências a outros níveis. Já as empresas do não-alimentar estão a sentir problemas com a falta de encomendas, com impactos directos nas vendas e na produção. A maioria das empresas manteve-se em actividade no período de estado de emergência, embora houvessem paragens parciais ou mesmo totais por períodos limitados de tempo.
Estas são as principais conclusões de um inquérito que Gazeta das Caldas fez às empresas de maior dimensão das Caldas da Rainha e Óbidos. Nem todas as empresas conseguiram responder em tempo útil, mas a amostra reúne os principais sectores económicos.
Estas são as principais conclusões de um inquérito que Gazeta das Caldas fez às empresas de maior dimensão das Caldas da Rainha e Óbidos. Nem todas as empresas conseguiram responder em tempo útil, mas a amostra reúne os principais sectores económicos.
MEDIDAS APERTADAS NO ALIMENTAR
O sector alimentar é um dos que tem maior peso na economia da região e maior número de empresas.
As principais mudanças foram sentidas na forma de trabalhar, de modo a garantir a segurança dos trabalhadores, tanto ao nível da adopção de equipamentos de protecção pessoal, etiqueta respiratória e desinfecção, como na gestão das equipas e dos espaços.
“Adoptámos logo medidas de prevenção, como a divisão do grupo de trabalho (armazém e escritório) em dois turnos que não se cruzam e que têm um intervalo de meia hora entre si para higienização dos espaços”, refere Carla Simões, gerente da Frutalvor. A central fruteira ainda reduziu a jornada para 6 horas de trabalho por dia, sem perda de remuneração.
Na obidense Granfer, também foi implementado um plano de contingência no início de Março, que inclui o condicionamento de não-trabalhadores às instalações e os procedimentos de limpeza redobrados, explica Daniel Ferreira. A empresa cancelou as reuniões presenciais, privilegiando as vídeo-conferências.
Ambas as empresas pretendem manter ou reforçar as medidas nas próximas semanas. Carla Simões aponta a necessidade de manter a segurança e o bem-estar psíquico dos colaboradores como prioridade.
Ao nível dos impactos, ambas as empresas observam redução de produtividade e rentabilidade, uma vez que os custos adicionais são muitos. Há também expectativa em relação ao decurso da próxima campanha, cujas colheitas se iniciam em Agosto.
Daniel Ferreira acrescenta que a Granfer sente constrangimentos ao nível logístico, com preferência para o transporte marítimo para chegar ao mercado externo, “mesmo dentro da Europa”. Teme-se ainda alguma quebra nas exportações devido à falta de confiança do mercado.
Na Casa Queridos, empresa de comércio de produtos e apoio técnico à agricultura, foi adoptado um plano de contingência que, além das medidas de protecção pessoal e de desinfecção, nas lojas impôs restrições no atendimento ao público e na recepção das cargas para armazém. “As primeiras semanas foram muito duras para toda a nossa equipa, porque foi no pico da nossa campanha”, realça Natália Querido, gerente da empresa.
A partir do dia 18 deverá reiniciar o atendimento normalizado em loja, caso a situação epidemiológica se mantenha favorável, adoptando o uso de máscara ou viseira também para os clientes.
Ao nível dos impactos, a empresa focou a sua actividade na venda dos bens essenciais para a agricultura e no apoio técnico de campo, o que obrigou à estagnação da venda de produtos mais específicos e ao desenvolvimento de novos produtos.
Na Consercaldas, que actua na indústria alimentar, as alterações foram, sobretudo, ao nível da adopção das novas recomendações de higiene de segurança em relação ao novo coronavírus. Em termos de impactos, José Luís Santo, sócio-gerente da empresa, refere que houve aumento da procura, tanto a nível interno como externo.
Situação inversa sente-se na Aki D’el Mar, de comércio e preparação de marisco. Vítor Cruz, da direcção comercial, observa que houve uma “grande redução de encomendas
As principais mudanças foram sentidas na forma de trabalhar, de modo a garantir a segurança dos trabalhadores, tanto ao nível da adopção de equipamentos de protecção pessoal, etiqueta respiratória e desinfecção, como na gestão das equipas e dos espaços.
“Adoptámos logo medidas de prevenção, como a divisão do grupo de trabalho (armazém e escritório) em dois turnos que não se cruzam e que têm um intervalo de meia hora entre si para higienização dos espaços”, refere Carla Simões, gerente da Frutalvor. A central fruteira ainda reduziu a jornada para 6 horas de trabalho por dia, sem perda de remuneração.
Na obidense Granfer, também foi implementado um plano de contingência no início de Março, que inclui o condicionamento de não-trabalhadores às instalações e os procedimentos de limpeza redobrados, explica Daniel Ferreira. A empresa cancelou as reuniões presenciais, privilegiando as vídeo-conferências.
Ambas as empresas pretendem manter ou reforçar as medidas nas próximas semanas. Carla Simões aponta a necessidade de manter a segurança e o bem-estar psíquico dos colaboradores como prioridade.
Ao nível dos impactos, ambas as empresas observam redução de produtividade e rentabilidade, uma vez que os custos adicionais são muitos. Há também expectativa em relação ao decurso da próxima campanha, cujas colheitas se iniciam em Agosto.
Daniel Ferreira acrescenta que a Granfer sente constrangimentos ao nível logístico, com preferência para o transporte marítimo para chegar ao mercado externo, “mesmo dentro da Europa”. Teme-se ainda alguma quebra nas exportações devido à falta de confiança do mercado.
Na Casa Queridos, empresa de comércio de produtos e apoio técnico à agricultura, foi adoptado um plano de contingência que, além das medidas de protecção pessoal e de desinfecção, nas lojas impôs restrições no atendimento ao público e na recepção das cargas para armazém. “As primeiras semanas foram muito duras para toda a nossa equipa, porque foi no pico da nossa campanha”, realça Natália Querido, gerente da empresa.
A partir do dia 18 deverá reiniciar o atendimento normalizado em loja, caso a situação epidemiológica se mantenha favorável, adoptando o uso de máscara ou viseira também para os clientes.
Ao nível dos impactos, a empresa focou a sua actividade na venda dos bens essenciais para a agricultura e no apoio técnico de campo, o que obrigou à estagnação da venda de produtos mais específicos e ao desenvolvimento de novos produtos.
Na Consercaldas, que actua na indústria alimentar, as alterações foram, sobretudo, ao nível da adopção das novas recomendações de higiene de segurança em relação ao novo coronavírus. Em termos de impactos, José Luís Santo, sócio-gerente da empresa, refere que houve aumento da procura, tanto a nível interno como externo.
Situação inversa sente-se na Aki D’el Mar, de comércio e preparação de marisco. Vítor Cruz, da direcção comercial, observa que houve uma “grande redução de encomendas
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