Nunca como hoje, no auge da crise pandémica da Covid 19, se sentiu tanto a diferença de tratamento e a eficácia do poder coercivo do Estado Central junto das Autarquias Locais, das Empresas, dos Profissionais e das Instituições.
“Portugueses, fiquem tranquilos que Portugal está bem preparado para receber esta grande pandemia”. Como sabem, já acolhi as recomendações de alerta dos especialistas e da ordem dos médicos. Parece que eles sabem do que falam… estão muito preocupados! Acho que são os únicos, mas… pelo sim pelo não, parece-me melhor ir tomando algumas medidas.
Dizia-nos a 7 de Março o “nosso rei”.
Com cobertura total dos media, o país ia assistindo de forma jocosa e preocupada a estes episódios rocambolescos iniciais. A Direção Geral de Saúde teria dito no final do mês de Fevereiro que não seria necessário isolar as pessoas vindas de zonas onde já existira pandemia. O conselho Nacional de Saúde pública desaconselharia o fecho de escolas e estabelecimentos de ensino, os jovens continuavam a achar que tudo estaria bem, e o melhor seria aproveitar o Covid para umas festas temáticas. Estaria o país a perceber o que estava para rebentar ?
(…) Mas como em qualquer guerra, começam a querer escapar e a salvar as suas “crias” e para isso em poucas horas se reúnem, definem o “modos operandi”, criam sinergias e apresentam soluções, medidas concretas, e começam a desbravar caminho. Os seus ativos disponibilizam-se para ajudar, as suas comunidade unem-se. Juntos, querem vencer e vão à luta. Sem medo!
Os ratos são muitos, e em pouco tempo mostraram-se disponíveis para puxar o coche “de Portugal”, estranho não fosse, que o seu cocheiro não quisesse aproveitar a força dos “pequeninos” e os conselheiros del Rei os encarassem como inimigos e alvos a abater.
(…) Enquanto uns assistem a essas pequenas batalhas, outros são guerreiros na resolução dos problemas. Os profissionais de saúde que tentam a todo o custo salvar vidas, acautelar a difusão da “peste” e a sua propagação. Que lutam 12, 16, 24 horas por dia. Que não vão a casa por medo e respeito aos seus familiares. Aos autarcas locais, que conhecem como ninguém a realidade dos seus territórios e tentam contribuir para que nada falte às suas populações, aos trabalhadores dos sectores essenciais que direta e indiretamente mantém a nossa economia viva, aos voluntários, às IPSS’s, às forças de socorro e segurança e demais instituições.
São estes homens e mulheres, que fazem com que, perante uma estrada tão acidentada, todos os dias a carruagem ande, e que se vá fazendo “o caminho”. As forças vão escasseando. Por falta de “armas” e “uniformes” não conseguem mais, mas estão a dar o seu melhor.
(…) Os Portugueses sentem-se enganados e este clima de incertezas leva ao desespero. A capacidade de resposta é muito diferente daquela que se apregoava. Os dogmas ideológicos continuam a prevalecer. E todos os conseguimos observar. Continuamos em fase de guerra a recusar e a protelar a integração de modelos de participação do sector social e privado em verdadeira competição na busca de melhores resultados e contenção de custos no desperdício da gestão do reino.
Uma coisa é certa. Em terra de cegos, quem tem olho é Rei.
Nas crises, o mais importante é a confiança! A confiança em quem nos governa, nos profissionais, nas instituições, nos agentes ativos da nossa sociedade. Não vivemos tempos de complacência, mas sim de enorme resistência.
Não quero perder a confiança, mas neste momento sinto-me inseguro, pois diz-se uma coisa e imediatamente o seu contrário. A esperança não pode faltar, mas a verdade também não!
Vivemos num país de conquistas. De homens valentes e de exemplos para o Mundo. Mas faço um apelo aos “reis” deste país. Não matem os “nossos” ratos! O sucesso da sua sobrevivência diante das condições que a natureza lhes impôs, desperta todo o nosso RESPEITO. Hoje, estamos todos disponíveis para uma guerra que tem um único inimigo. O COVID-19. Juntos, vamos conseguir vencer e escrever mais um pergaminho glorioso na história do nosso Portugal.
Ricardo Duque






























