Obras de Regeneração Urbana estão azaradas

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sinais1As obras do edifício do Espaço de Certificação dos Produtos Regionais junto à praça do peixe, o empedramento da Praça da Fruta e a própria colocação dos contentores no mesmo espaço (como o nosso jornal noticiou em primeira mão) parecem estar a sofrer as fúrias do diabo ou então azarada.
Mas simultaneamente, o executivo camarário aprovou por unanimidade uma proposta na passada segunda-feira apresentada pelo CDS que pode tornar desnecessários os contentores na praça, bem como noutros pontos da cidade se resultar, substituídos por uma recolha de lixo “porta-a-porta”, como é realizada em muitos centros históricos nacionais e no estrangeiro.

Segundo a autarquia a falência de duas empresas envolvidas (José Coutinho e Mário Pereira Cartaxo) e os erros de projecto têm sido os principais problemas nas obras de regeneração urbana.
Na opinião de Tinta Ferreira, “numa obra desta dimensão e com tanta intervenção no subsolo, dificilmente poderia ser feita do princípio ao fim sem qualquer erro de projecto”, disse, considerando aceitáveis determinadas situações.
Mas em relação aos erros de projecto na Praça da República, o edil caldense entende que resultaram “de uma concepção que não teve em conta o uso do mercado tal como ele existe”. Ao pensar-se apenas no aumento dos passeios e na diminuição do tráfego, estava a colocar-se em causa, em determinados pontos, a mobilidade necessária para o mercado da fruta.
Não querendo criticar objectivamente os projectistas do Gabinete de Regeneração Urbana da Câmara, Tinta Ferreira comentou, contudo, que “por vezes uma coisa é desenhar no papel e outra é aplicar na realidade”, o que, na sua opinião, aconteceu em relação aos locais escolhidos para os contentores subterrâneos do lixo e que mostra para o público um certo amadorismo da equipa camarária e a falta de alguém com a experiência e maturidade exigível.
Agora a Câmara está a estudar outra vez uma nova localização para estes contentores, que serão retirados da frente dos antigos Paços do Concelho. A proposta dos deputados municipais do CDS e do PS também não foi aceite pela Direcção Geral do Património Cultural, por ser demasiado próxima da capela de São Sebastião.

TRÊS EMPREITEIROS
PARA A MESMA OBRA

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Entretanto recomeçaram há cerca de um mês as obras de construção do Espaço de Certificação dos Produtos Regionais, junto ao mercado do peixe, na rua Capitão Filipe de Sousa.
Integrada no projecto de regeneração urbana, a obra começou por estar entregue à empresa caldense José Coutinho SA, que ainda procedeu à demolição do edifício antigo que estava no local, em 2012.
Com a falência desta firma, a adjudicação da obra foi trespassada à empresa Mário Pereira Cartaxo (Cadaval), que fazia parte do consórcio com a Constradas.
Pouco tempo depois, também aquela entrou em insolvência, abandonando a construção daquele Espaço, assim como as outras intervenções em que estava envolvida e que foram prosseguidas pela Constradas.
“A empresa Mário Pereira Cartaxo estava em pleno funcionamento na regeneração urbana, não dava sinais de estar ‘aflita’ e apresentou todas as garantias que a lei obriga”, referiu Tinta Ferreira, e por isso nunca esperaria que esta também entrasse em falência.
Sobre o facto da empresa do Cadaval ter ficado insolvente, (mesmo depois de ter estado envolvida em tantas obras nas Caldas) Tinta Ferreira considera que “os preços que praticaram ou o modelo de gestão não foi o mais adequado para a sustentabilidade da empresa”.
A construção daquele Espaço esteve parada cerca de seis meses e foi recomeçada agora pela sociedade anónima AECI – Arquitectura, Construção e Empreendimentos Imobiliários, de Mafra, que tem previsto a instalação de serviços integrados de qualificação de produtos regionais, inovação, imagem e apresentação dos produtos, assim como de apoio técnico diversificado. Será ainda sede de diversas associações ligadas aos produtores.
No rés-de-chão ficará instalado o espaço Caldas Reabilita e Inova Actividades (CRIA), que tem como finalidade o apoio às actividades estruturantes deste núcleo. No primeiro piso ficará a sede da Qualifica, parceira do município na qualificação dos produtos regionais, assim como poderão ficar instaladas outras associações de produtores.
No segundo piso ficará o Gabinete de Regeneração Urbana da Câmara das Caldas, onde está a equipa que fez todos os projectos das obras que têm vindo a ser realizadas e que irá futuramente coordenar as diversas estruturas técnicas que ocuparam este centro.

Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt

Recolha de lixo
“porta a porta” na zona histórica da cidade

Caldas da Rainha poderá vir a ter implementado um projecto piloto de recolha de lixo “porta a porta” na zona histórica da cidade. A proposta do CDS-PP foi aprovada por unanimidade na reunião de Câmara de 22 de Julho e seguirá agora para aprovação na Assembleia Municipal.
A necessidade de modernização da cidade e cuidado com as questões ambientais, foram apresentadas pelo CDS-PP como justificação para a implementação do projecto piloto de recolha de lixo “porta a porta”.
A área a abranger deverá integrar o Largo João de Deus, Largo D. Manuel I, Largo Rainha D. Leonor, Rua Camões, Largo da Rainha, Rua General Queiróz, Praça da República, Rua José Malhoa, Largo Heróis de Naulila, Rua da Nazaré, Rua do Provedor Frei Jorge de S. Paulo, até à Igreja de N. Sra. do Pópulo.
“Esta é uma zona com a densidade populacional mais baixa da cidade, o que permite experimentar o processo com alguma facilidade”, defende o vereador Manuel Isaac.
Além disso, e de acordo com o vereador centrista, o uso de sacos coloridos e de diferentes dimensões, consoante o tipo de lixo e o volume produzido, permite fazer pedagogia ambiental.
A recolha deve ser organizada segundo uma agenda semanal, definindo os dias de recolha de cada tipo de lixo e feita a articulação com os serviços de limpeza.
Após um período de experimentação, este projecto deverá ser extensível a outras zonas da cidade.
Recentemente o CDS-PP e o PS apresentaram uma proposta conjunta na Assembleia Municipal para alteração da localização dos contentores que estavam à frente dos antigos Paços do Concelho, mas esta foi recusada pela maioria PSD. Entretanto, a Direcção Geral do Património Cultural enviou um ofício à Câmara para que estes sejam retirados devido ao impacto visual que causam junto de um edifício classificado.
Manuel Isaac destaca que a solução de recolha “porta a porta” permite libertar o espaço urbano da presença “inamovível e esteticamente aberrante” dos contentores, além de que não acarreta investimento para o município.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

Nova equipa de calceteiros na Praça da Fruta

A Constradas, empresa responsável pela requalificação da Praça da República, substituiu a empresa de calceteiros que estavam a empedrar este tabuleiro.
Segundo o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, a substituição deve-se ao facto da autarquia não estar contente com o trabalho que estava a ser feito. “A equipa não estava adequada ao trabalho que era necessário fazer”, disse à Gazeta das Caldas.
O autarca garantiu que esta mudança não iria ter custos acrescidos para a autarquia. Por outro lado, também não espera mais atrasos devido a esta mudança, tendo em conta que a nova equipa deveria estar ao serviço ainda esta semana.
Entretanto, o trânsito automóvel na Praça foi reaberto na passada sexta-feira, 18 de Julho, não sem antes ter sido feita mais uma intervenção não programada no subsolo, junto ao balcão do Montepio Geral. Para isso foi necessário partir todo o passeio que já tinha sido colocado, o qual foi posteriormente recolocado.

P. A.

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