
Há uma empresa que combina as potencialidades do turismo de Óbidos com a versatilidade dos pequenos eléctricos Renault Twizy. A Zero CO2 Tours pode comparar-se aos Tuk Tuk em Lisboa: aluga os veículos eléctricos para que os turistas conheçam mais rapidamente a vila medieval, incluindo zonas que por norma não são contempladas. E o melhor de tudo é que os veículos não fazem barulho, não poluem e poupam as pernas aos turistas nas acidentadas ruas da vila.
São quatro os pequenos quadriciclos eléctricos que estão estacionados em frente ao posto de turismo de Óbidos. Pertencem à Zero CO2 Tours, empresa que José Rocha fundou em 2012 num projecto de animação turística para a vila medieval.
“Óbidos é muito bonito e considero que este serviço é uma mais-valia, porque em pouco tempo permite conhecer tudo, incluindo zonas da vila que, mesmo com tempo, as pessoas não percorrem a pé”, explica o empresário.
A empresa tem o seu ponto de atendimento no posto de turismo onde os visitantes podem alugar estes quadriciclos por um período de tempo que pode ir desde meia hora a um dia inteiro, por um preço que oscila entre os 12 e os 80 euros.
Além do pequeno Twizy, é fornecido um mapa da vila com os principais pontos de interesse e um percurso que os turistas podem seguir.
A dimensão deste eléctrico permite entrar nas portas da muralha e serpentear sem dificuldade as ruas estreitas da vila. Tirando os dos moradores e comerciantes com dístico, estes são os únicos veículos que podem circular e estacionar dentro das muralhas, o que permite a quem os utiliza parar e visitar os diversos pontos de interesse e talvez até beber uma ginjinha, mas com moderação!
O serviço tem sido bem aceite, o que José Rocha mede pelo facto de ter clientes estrangeiros que já repetiram a experiência.
Só no ano passado o serviço foi utilizado por cerca de 3000 clientes. A maioria são estrangeiros. As nacionalidades são as mais diversas, mas são os brasileiros que dominam claramente a lista. “Os brasileiros são pessoas que vêm com tempo e têm disponibilidade financeira”, refere José Rocha. Os alugueres são quase sempre de uma hora.
Por norma o serviço é sem guia, ou seja, o cliente aluga e conduz. No entanto, José Rocha, que além de proprietário é o único funcionário da empresa, pode fazer de guia em caso de necessidade ou quando se justifica, por exemplo se um grupo alugar vários quadriciclos.
O serviço também é procurado por pessoas com dificuldades de locomoção, que nas ruas de Óbidos têm dificuldades acrescidas devido ao desnível.
José Rocha acredita que há espaço para a empresa crescer, a vários níveis, embora sinta que só o poderia fazer com parcerias, não sozinho.
Existe procura para trabalhar uma vertente empresarial, através de programas de reforço do espírito de equipa (team building) e garante já ter tido contactos. “Mas para os atender precisava de uma frota de 30 carros”, sustenta.
O que também tem espaço para ser trabalhado é alargar o serviço com visitas guiadas, um pouco à imagem dos Tuk Tuk em Lisboa e Porto. “Nem todas as pessoas querem conduzir, querem ir sem preocupações e sem estar preocupadas com o facto de conhecerem ou não os caminhos”, refere.
PORQUÊ O TWIZY
Não faz barulho, não emite fumo e por ser pequeno não atrapalha a circulação das pessoas, nem afecta o ambiente da vila. Além disso, o pequeno veículo é muito versátil e encaixa como uma luva nas estreitas ruelas. Estas são razões mais que suficientes para José Rocha ter escolhido o Renault Twizy para constituir a sua frota de veículos.
Ao mesmo tempo, com este projecto, José Rocha acredita que está a desmistificar os carros eléctricos, promovendo a sua facilidade de manuseamento e fiabilidade. Em cinco anos nunca teve que ir socorrer um cliente, nem por falta de carga nas baterias, nem devido a uma avaria. Quando é chamado, por norma, é para resolver os caprichos do sistema de parqueamento (o chamado travão de mão) ou porque as pessoas se esquecem de acionar a ignição. O motor não roda quando está parqueado, mas é preciso ligá-lo na mesma…
José Rocha escolheu a versão menos potente, porque a ideia é que os turistas circulem devagar, pelo menos onde tem que haver convivência com os peões.
De resto, o empresário diz que frisa sempre que no interior das muralhas se deve circular devagar. “Quem quer desfrutar um pouco mais do carro, pode sempre recorrer a circuitos fora da vila, nomeadamente até à Lagoa de Óbidos, ou para desfrutar da vista na zona da Capeleira”, acrescenta. Já houve clientes que levaram estes veículos até São Martinho e outros a Peniche. A autonomia permite fazer 100 quilómetros.
Outra vantagem destes veículos, que custam a partir de 7.880 euros, é que não precisam de combustível. As baterias são carregadas no posto de carregamento da rede Moove, que a autarquia obidense cede para o efeito. No entanto, existem custos de manutenção. O programa de aluguer de baterias da Renault ascende a 200 euros mensais para os quatro automóveis, existem ainda os seguros e os impostos de circulação, que são iguais aos veículos comuns.

































