“Ambiente Inteiro” é como se designa o livro de António Eloy, autor ecologista que está ligado às Caldas da Rainha e à Gazeta das Caldas desde as lutas contra o Nuclear em Ferrel.
Este consultor de empresas da área das energias renováveis, lançou esta obra no Porto e em Lisboa e contou com apresentação de Paulo Santos, presidente da Fundação para a Protecção dos Animais Selvagens (FAPAS).
Segundo António Eloy, “Ambiente Inteiro” dedica-se a temas como “o território, as espécies, as florestas a agricultura e a gastronomia, áreas que ainda não tinha abordado noutros livros”. Somam-se ainda textos do autor sobre a exploração dos recursos naturais, a conservação da natureza e as paisagens.
“Desde o ano 2000, este é o meu 28º livro”, disse o ecologista que já escreveu sobre as diferentes energias renováveis que há no planeta, sobre os rios e mares e que ainda tem várias outras obras dedicadas às políticas de ambiente.
O Tribunal que se condenou a si próprio
Neste novo “Ambiente Inteiro” há, por exemplo, um capítulo dedicado a um acontecimento que teve lugar em 1999, em Nisa, e que foi a destruição de 400 ninhos de andorinhas-dos-beirais que estavam no palácio da justiça local. Estes foram mandados destruir pelo próprio tribunal com uma autorização especial do Instituto da Conservação da Natureza.
O acto levou à apresentação de uma providencia cautelar por parte da FAPAS, que desencadeou um processo no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) que acabou por decidir a favor das andorinhas, tendo então ordenado ao tribunal de Nisa que mandasse retirar as redes de protecção que havia colocado no edifício para evitar a reocupação das aves. O acórdão do STJ alertou ainda para o facto do Estado não se poder alhear da responsabilidade que lhe cabe na defesa da vida selvagem. António Eloy participou nas acções de protesto efectuadas naquela época, tendo recordado que foi histórico o facto do “Tribunal se ter condenado a si próprio já que é contra a lei destruir ninhos de andorinhas na altura da nidificação”.
“Ambiente Inteiro”, que foi escrito de forma acessível para o público em geral, além de vários textos deste divulgador de ciência, inclui também de outros investigadores como Henrique Pereira dos Santos (sobre a evolução das paisagens) e de Carlos Aguiar que se dedica à história e à importância das leguminosas.
No prefácio desta obra, a vice-presidente da Associação Portuguesa de Educação Ambiental, Fátima Almeida, afirma que “tem sido relevante o contributo de António Eloy para a sensibilização e o aumento da consciência global sobre as questões ambientais e as suas implicações na vida individual e colectiva”.
O ecologista que divulga ciência e sustentabilidade em conferências em escolas de todo o país vai lançar, a curto prazo um novo livro, designado “Grão de Areia” onde reúne a história de 40 anos de lutas pelo ambiente e pela cidadania. “Ambiente Inteiro” custa sete euros.
Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt






























