Intervenção na Lagoa para evitar fecho da “aberta”

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    As máquinas estão a trabalhar no desassoreamento do canal que liga o mar à lagoa

    Começaram a semana passada, e prolongam-se por duas semanas, os trabalhos da abertura do canal que liga a Lagoa de Óbidos ao mar. Trata-se de uma medida de prevenção para evitar a falta de oxigenação das águas da lagoa e a morte de peixes e bivalves. Atrasado está o início das dragagens, que aguarda visto do Tribunal de Contas.

    A pouca água que circula na Lagoa de Óbidos está a baixar os níveis de oxigénio e a aumentar o aquecimento nas zonas mais afastadas do mar. Inclusivamente, os pescadores e mariscadores detectaram alguns peixes mortos. Tudo isto, acrescido ao facto de Maio ser altura da desova de bivalves e de várias espécies piscícolas, levou as autarquias das Caldas da Rainha e Óbidos, em conjunto com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a intervir na abertura do canal de ligação ao mar.
    Com um período estimado de 16 dias, a intervenção é feita com recurso a equipamentos contratados pelas autarquias, designadamente duas giratórias e quatro dumpers. O custo estimado desta intervenção ronda os 45 mil euros.
    O presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques, diz tratar-se de uma medida “paliativa”, que acarreta custos, mas mais benefícios, relacionados com a preservação da biodiversidade daquele ecossistema e também económicos, para os pescadores e mariscadores, que dali tiram o seu sustento. Referindo-se a estes profissionais, o autarca lembra que têm estado proibidos de trabalhar e que só há dias souberam da possibilidade de puderem inscrever-se para ter uma subvenção social por conta do confinamento.
    Humberto Marques realça que esta intervenção terá que ser acompanhada de dragagens, não só da que está prevista para os braços da Barrosa e do Bom Sucesso, mas também da intervenção de desassoreamento dos canais que foram feitos durante as dragagens de 2015.
    “Há o compromisso da APA e do Ministério do Ambiente e, se isso não acontecer, estamos a mandar dinheiro para a rua com esta dragagem”, realça o autarca, explicando que se não forem retiradas as coroas de areia que estão no corpo inferior da lagoa, junto à aberta, haverá sempre impedimento de grandes fluxos de entrada e saída de água.
    No que respeita à segunda fase de dragagens, a realizar no corpo superior da Lagoa, a informação das autarquias é de que já foi feita a adjudicação da obra e que terá seguido, esta semana, para visto prévio do Tribunal de Contas. A obra, com um custo de 16 milhões de euros e um prazo de intervenção de 18 meses, deverá arrancar durante o Verão.
    O presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira, mostra-se preocupado com o atraso da intervenção, salientando que este significa “mais assoreamento e menos oxigenação da Lagoa com os consequentes impactos na fauna, flora e vivência presente e futura deste elemento natural maravilhoso de enorme atractividade turística”.

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